O Governo de Goiás marca presença na 15ª edição da Agrobrasília por meio do Projeto ExpoGoiás. Neste ano, um dos destaques da feira de exposições é a agricultura familiar, sua expansão e a participação no perfil econômico goiano. No âmbito da iniciativa estadual, são exibidas algumas das maiores potencialidades de Goiás, bem como os mais importantes programas de incentivo com foco na capacitação e incremento na produção e produtividade.
No evento, voltado para os municípios que integram o Entorno do Distrito Federal, o estande da Expogoiás traz importantes programas mantidos por Goiás, cujo objetivo é promover o desenvolvimento das atividades e capacitação de força de trabalho e produtores da agricultura familiar.
Entre eles, está o Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) mantido pelo estado. Por meio da garantia de compra e de mercado assegurado para a venda da cadeia produtiva da agricultura familiar, a iniciativa procura atender a um dos principais desafios: o ganho de escala. O PAA de Goiás abrange, inclusive, iniciativa especialmente voltada à produção em comunidades quilombolas.
Outro programa de destaque mantido pelo Governo de Goiás e exibido na 15ª Agrobrasília é o Projeto Fruticultura Irrigada, que destina recursos para promover o incentivo à produção de frutas no Vão do Paranã. E mostra ainda o Crédito Social, programa estadual de subsídios destinados ao fomento e sustento de trabalhadores e pequenos proprietários rurais familiares.
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Todas essas iniciativas são geridas pela Secretaria Estadual de Agricultura Pecuária e Abastecimento. Uma das principais preocupações na condução desses projetos é o cuidado com a sustentabilidade e a responsabilidade ambiental. Nesse sentido, os programas goianos destinados à agricultura familiar se harmonizam com uma das principais linhas de atuação do evento, centrada no tema Inovações e Práticas Sustentáveis.
O destaque para a atividade se justifica pela importância da agricultura familiar, em termos de sua representatividade para o setor agropecuário, tanto em Goiás quanto no Brasil. Segundo o secretário interino de Agricultura, Pecuária e Abastecimento, João Asmar Júnior, 63% dos estabelecimentos rurais goianos são de agricultura familiar. Essas propriedades respondem por um terço do PIB agropecuário estadual e sua produção compõe boa parte das cestas básicas em Goiás.
“Atualmente, o Governo de Goiás tem em suas prioridades o incentivo à agricultura familiar, por entender a sua importância na construção de um setor agrícola mais inclusivo e resiliente em nosso estado, contribuindo para a superação da desigualdade por meio da inclusão socioprodutiva. Esses produtores são essenciais para o abastecimento das cidades e o desenvolvimento do estado como um todo", destaca Asmar.
Um dos expositores presentes no evento, Licindo Passos da Silva, presidente da Cooperativa Mista da Agricultura Familiar de Novo Gama (COOPGAM), fundada em 2022, após junção de três associações de pequenos produtores de agricultura familiar, reforça que as grandes potências empresariais no Brasil voltam suas respectivas produções ao mercado externo. "Isso corrobora para um papel essencial da agricultura familiar para o mercado interno", comenta.
De acordo com o produtor, a cooperativa conta hoje com 47 propriedades rurais cooperadas, com área de produção aproximada de 200 hectares. Após orientações e estudos junto ao Sebrae e Embrapa, as associações, que já atuam como fornecedoras de alimentos para Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), se juntaram e elegeram a mandioca "japonesinha" como carro chefe da produção.
A estimativa da cooperativa, que também teve importante apoio da Emater e Secretaria do Entorno do DF, é que a colheita dessa variedade da mandioca, desenvolvida pela Embrapa, chegue a 500 toneladas em 2024. "Nossa intenção é chegar em um ponto em que não precisemos mais de incentivos, mas, ao contrário, possamos ser geradores de emprego e renda na nossa região", destaca Passos. Após aprovação em assembleia, um novo produto, a acerola, deve também compor parte da produção das famílias cooperadas.
Perfil
De acordo com dados do último Censo Agropecuário, divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), as propriedades rurais goianas classificadas como unidades produtivas no âmbito da agricultura familiar empregam 46,8% da mão de obra rural em Goiás. O IBGE calcula que 81% dos recursos humanos empregados na agricultura familiar no Brasil estão na condição de proprietários.
Ainda segundo o Censo Agropecuário do IBGE, no Brasil 76,8% dos estabelecimentos agropecuários podem ser classificados como propriedades agrícolas familiares. O nicho emprega 66,3% da mão de obra rural no país. O estudo estima, ainda, que a agricultura familiar ocupa 23% do total de área empregado em atividades agropecuárias no Brasil.
Uma das principais novidades apontadas por esse último Censo Agropecuário, cujos dados foram coletados em 2017 e divulgados em 2019, diz respeito à estrutura racial do mundo do trabalho no âmbito da agricultura familiar. De acordo com o estudo, 54,7% dos agricultores familiares entrevistados declararam-se pardos ou pretos. Em média, os trabalhadores nesse nicho de atividade econômica possuem idade superior a 55 anos.
