A sequência das obras da nova rede de esgoto, que está sendo implantada na região central de Cuiabá, principalmente próximo a Praça Popular, foi transferida para janeiro do próximo ano pela Águas Cuiabá, após reclamações feitas pelos moradores da região. Os trabalhos demandam tempo e grandes intervenções nas vias, o que gera também transtornos para a população.
Quer ficar bem informado em tempo real? Entre no nosso grupo e receba todas as noticias (ACESSE AQUI).
Segundo o diretor operacional da Águas Cuiabá, André Silva, na região central estão sendo feitas obras para melhorar o abastecimento de água e também para fechar lacunas daquele ponto, de setores que ficaram sem a coleta de esgoto. Conforme ele, os moradores reclamam bastante do mau cheiro.
Após as obras realizadas na região, que causaram bastante impacto, principalmente no trânsito, a concessionária resolveu alterar a data para sequência dos trabalhos. “Resolvemos mudar a estratégia na região da Praça Popular. Ao invés de dar continuidade neste momento, passando pela própria praça, foi decidido por postergar os serviços para o início ou fim de janeiro”.
“Além deste critério, da cidade estar menos carregada, com a maioria das pessoas de férias, temos a questão do lençol freático. Quando se passa um período de seca, o lençol freático baixa. Quando chove, há uma recarga dele, que sobe. Quando está fazendo obra, não consegue fazer porque está encharcado, não tem como fazer a recompactação. Outra questão é a massa asfáltica que usamos, que precisa ser aplicada quente, dificulta a manter a temperatura certa”, explicou o diretor.
Outra questão apontada pela concessionária é o fato de que somente agora, com amenização da pandemia, o comércio da região está retomando suas atividades e que as obras neste momento iriam impactar de forma bastante considerável.
Porém, o diretor explica que, mesmo com os impactos, as obras são necessárias e precisarão ser feitas: “Alteramos o cronograma, mas as obras precisam ser feitas. São imprescindíveis. O Centro é um local muito difícil de se fazer obras. Isso porque temos infraestruturas antigas, drenagens, energia elétrica, cabos de fibra ótica. O risco de prejudicar estas áreas é grande. Temos pontos que precisamos fazer muito lentamente. São intervenções que demandam bastante, é preciso abrir, escavar. Quando você encontra uma interferência, você precisa ver qual a melhor solução”.
“Existe um certo transtorno para quem está em volta. Como consumidor, vejo que causa transtorno. Mas como engenheiro de estrutura, sei que é necessário. Mesmo a população puxando nossas orelhas em alguns pontos, o que é sempre necessário, estamos indo bem. Só neste ano, fizemos 130 quilômetros de rede de esgoto”, acrescenta André.
O local exige detalhado estudo de engenharia e logística, considerando as várias adutoras de água que passam nos subterrâneos da avenida e a região altamente adensada, com vários prédios e intenso fluxo de veículos.
Os mapas antigos do saneamento da cidade revelam a presença de redes de cimento amianto e ferro fundido no local, que remontam às primeiras redes de abastecimento da capital.
A inserção do bairro Popular e adjacências no mapa da coleta de esgoto se somará à ampliação da cobertura sanitária na capital de Mato Grosso, numa crescente em sustentabilidade desde 2017, quando a Águas Cuiabá assumiu a concessão dos serviços públicos de saneamento.
O plano de investimentos pactuado com o poder concedente (Prefeitura de Cuiabá) e órgãos reguladores (Arsec e Ministério Público do Estado) prevê a injeção de R$ 1,2 bilhão em obras. Um total de R$ 600 milhões já foi investido.
Águas Cuiabá
Por meio de concessão plena com validade de 30 anos, a Águas Cuiabá assumiu os serviços de abastecimento de água e esgotamento sanitário na capital mato-grossense em 2012.
A empresa atende a 613 mil pessoas e tem como objetivo universalizar o acesso da população à água de qualidade e à coleta e tratamento de esgoto.