Danielle Sarti de Freitas, de 22 anos, a jovem que protagonizou uma confusão num motel em Cuiabá envolvendo um jogador de futebol, um empresário e um engenheiro, será ouvida novamente pela Polícia Civil. No inquérito que está em andamento na Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, sob o delegado André Renato Gonçalves, já foram ouvidas pelo menos sete pessoas ligadas diretamente ao escândalo sexual que resultou no desligamento do atacante Clayson Henrique da Silva Vieira, de 26 anos, do Cuiabá Esporte Clube.
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O episódio de violência, registrado na madrugada do dia 7 deste mês, uma terça-feira, também respingou no meio campo Rafael Gava, de 28 anos, que embora não tenha participado da orgia, acabou citado como um dos envolvidos, sob acusação de ter agredido Danielle. Ela apresentou cortes no pescoço, na cabeça, rosto e hematomas em outras partes do corpo e afirmou que alguns foram feitos por ela, mas outros, segundo a garota, teriam sido causados por um dos homens que participaram do ato sexual coletivo.
Ocorre que os depoimentos de Clayson, dos outros dois homens e mais duas garotas de programa que também participavam da orgia no quarto de motel, confirmam que Rafael Gava não estava no local. Eles desqualificam a denúncia da jovem que atuava como dançarina na Boate Crystal Night Club, no bairro Bosque da Saúde e fazia programas sexuais com alguns clientes do empreendimento.
Nos depoimentos, o jogador Clayson, o empresário de 27 anos, o engenheiro de 30 anos e as garotas de 27 e 28 anos disseram que os cortes foram provocados pela própria Danielle. Segundo eles, a jovem quebrou uma garrafa de bebida e teria começado e se automutilar ainda dentro do motel, na Avenida República do Líbano, na saída para Chapada dos Guimarães.
Por este motivo, o advogado Neyman Monteiro, que atua na defesa de Danielle Sarti, já solicitou que ela seja ouvida novamente para explicar os motivos que a levaram a citar o nome do jogador Rafael Gava, inclusive, num boletim de ocorrência que ela registrou e divulgou em suas redes sociais. A jovem já admitiu publicamente, que de fato, Rafael Gava não estava presente no motel, mas em sua versão, um dos homens teria utilizado indevidamente o nome do jogador.
Após a confusão, ela ficou internada no Hospital Municipal de Cuiabá e depois de receber alta, voltou para Goiânia (GO), local onde mora com familiares. Ela estava em Cuiabá há menos de duas semanas quando acabou envolvida na confusão. De qualquer forma, a nova oitiva, ainda sem data marcada, será realizada presencialmente. Ou seja, Danielle Sarti voltará a Cuiabá para ser novamente ouvida pelo delegado André Renato Gonçalves.
VAZAMENTOS E FATOS NOVOS
Em nota, o advogado Neyman Monteiro criticou o vazamento das oitivas que fazem parte do inquérito sigiloso. Ele afirmou que “vê com surpresa os fatos sigilosos do inquérito que está sob sigilo e tem sido divulgado na imprensa”. Em sua avaliação, tal iniciativa mostra o “desespero de alguém em expor os fatos”.
Conforme o jurista, sua cliente já solicitou nova declaração para explicar como apareceu o nome do jogador Rafael Gava que não estava no local dos fatos violentos ocorridos contra Danielle Sarti. "Quanto à Claysson e os outros rapazes que na versão deles nada fizeram, surgiram alguns fatos obscuros que estes vão ter que explicar ao delegado. Sobre as notícias detalhadas e dos depoimentos não vou comentar por ética profissional, mantendo o respeito que sempre tive perante a autoridade policial preservando as investigações. Por fim toda mulher não discriminando gênero, profissão, cor, raça e religião, tem que haver respeito, inadmissível violência física, moral e psicológica contra as mulheres”, enfatiza Neyman Monteiro.