Governo do Estado e Secretaria de Estado de Saúde (SES-MT) lançaram, nesta quarta-feira (21), uma campanha nas redes sociais de sensibilização e de conscientização em memória às vítimas de acidentes de trânsito. O objetivo é acolher as famílias e sensibilizar a sociedade para a mobilidade segura, a cultura da paz e para a vida no trânsito.
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De acordo com Aparecido Samuel de Castro Cavalcante, membro do Comitê Intersetorial do PVT da Coordenadoria de Promoção e Humanização da Saúde da SES-MT, em Mato Grosso, 83 municípios apresentam maior incidência de acidentes dessa natureza. Em dois anos (2019/2020), o Sistema Único de Saúde registrou 8.357 internações, fechando o biênio com o total de gastos de R $8,5 milhões para o SUS.
Em alusão ao Dia Mundial que alerta para a importância da vida no trânsito, a SES-MT, por meio da Coordenadoria de Promoção e Humanização Saúde e do Comitê Intersetorial do Programa Vida no Trânsito, composta por representantes de diversos órgãos e secretarias estaduais, terão suas ações voltadas para a prevenção e orientação à população em geral, com foco específico para os motoristas, ciclistas, passageiros, pedestres e motociclistas.
Vale destacar que os acidentes do trânsito estão como primeira causa de morte dentre as causas externas e que 80% das vítimas são do sexo masculino. Segundo o tipo de meio de transporte utilizado, os motociclistas correspondem ao maior número de internações hospitalares na rede pública de saúde, com 73% dos atendimentos realizados.
As estatísticas do Sistema de Informação de Mortalidade do SUS, em dois anos (2019/2020), apresentam como vítimas fatais por acidentes de trânsito em Mato Grosso 2.001 pessoas, o que representa mil mortes por ano. A motocicleta aparece como o meio de transporte com maior envolvimento nos acidentes que resultaram em mortes, com 43% das ocorrências. Em segundo lugar está o veículo a motor, com 26% dos registros.
O aumento da taxa de mortalidade por acidente de transporte segundo o ciclo de vida é de 16,2% entre os jovens, no período de 2019 e 2020; entre crianças o aumento foi de 8,7% e entre adultos foi de 4,8% de aumento. Entre os idosos houve redução no mesmo período, de 9,5%. Na proporção de óbitos por acidente, segundo o sexo e o tipo de transporte, para cada óbito feminino, utilizando motocicleta, ocorreram aproximadamente 6 óbitos masculinos.
Outra fonte de informação importante para o avanço e aprimoramento das ações do Comitê, é o Serviço Móvel de Urgência e Emergência (SAMU). No ano de 2020, houve o registro de 6.248 atendimentos a vítimas de acidentes de trânsito com motocicleta e 930 que utilizavam automóveis. Outros 383 registros foram de atropelamentos.
Dados parciais de 2021 (janeiro a julho) registram 3.818 atendimentos a vítimas de acidentes com motocicletas e 528 atendimentos a vítimas de acidentes com automóveis. Outras 200 ocorrências são por atropelamentos com o uso de diferentes meios de transportes.
Segundo informou a coordenadora de Promoção e Humanização da Saúde, Rosiene Pires, Mato Grosso caminha para melhorar os dados estatísticos das ocorrências de acidentes de trânsito, ampliando a qualificação de profissionais que integram o Comitê estadual na oferta de curso online na plataforma do Programa Vida no Trânsito, com o objetivo de unificar os dados de cada órgão e secretarias envolvidas com a pauta.
Também tem avançado na articulação intersetorial e intrassetorial, envolvendo vários setores e atores sociais na promoção do cuidado e na redução da morbimortalidade decorrente do trânsito, a fim de definir um planejamento integrado, parcerias, atribuições, responsabilidades e especificidades de cada setor para a promoção da mobilidade segura, de ações educativas, legislativas, econômicas, ambientais, culturais e sociais que garantam o trânsito seguro, a redução de morbimortalidade e, consequentemente, a paz no trânsito.
A Secretaria de Estado de Saúde ressalta que os acidentes de trânsito representam relevante problema de saúde pública, devido aos seus impactos sociais e financeiros para as vítimas, familiares e para o sistema público como um todo. Os impactos podem ficar para a vida toda, com sequelas irreparáveis e permanentes.
Os componentes do Comitê estadual destacam a importância de ampliar o Programa Vida no Trânsito para todos os 141 municípios, como instrumento de redução das estatísticas e evitar mortes de população jovem e sadia e economicamente ativa.