Uma pesquisa desenvolvida pelo Instituto de Biociências da Universidade Federal de Mato Grosso (UFMT) identificou uma método para tratar solos contaminados com mercúrio. Nomeado de biorremediação, o procedimento utilizar microorganismos presentes em vegetais retirada de resíduos tóxicos do solo.
“Os microrganismos encontrados nas plantas permitem que elas absorvam o mercúrio do solo e o acumulem dentro delas. Depois essas plantas podem ser retiradas e levadas para incineração, acabando com a contaminação por mercúrio”, afirma o professor que coordena a pesquisa, Marcos Antônio Soares.
Quando contamina o solo, o mercúrio pode chegar a populações humanas pela cadeia alimentar e causar graves danos à saúde. O processo de biorremediação testado na pesquisa oferece uma solução para resolver o problema.
O processo também é mais viável do que outros métodos utilizados para remediar contaminações por mercúrio, que exigem a retirada de grandes quantidades de solo para tratamento. “Sai muito mais fácil e mais barato coletar plantas, transportar e incinerar do que fazer isso com toneladas de solo. O que temos hoje é uma proposta de solucionar esse problema ambiental de uma forma economicamente viável”, completa o pesquisador
Os microrganismos que possibilitam o processo de biorremediação foram identificados em plantas que cresciam em áreas do Pantanal que costumavam ser usadas para mineração de ouro décadas atrás, e estavam contaminadas por mercúrio desde então.
“Fomos até o local e verificamos que haviam duas plantas ali que cresciam muito, então resistiam ao mercúrio. Trouxemos essas plantas para o laboratório e conseguimos isolar delas fungos e bactérias que possibilitavam essa resistência ao mercúrio nas plantas”, conta o professor Marcos.
Além do professor coordenador, o processo da pesquisa contou com estudantes de Graduação, Mestrado e Doutorado e com financiamento da Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES) e da Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de Mato Grosso (Fapemat).
(Com informações da UFMT)