As vagas de estágio e jovem aprendiz tiveram um aumento de 12% entre janeiro e junho deste ano, em Mato Grosso, se comparado com o mesmo período do ano passado, segundo o Centro de Integração Empresa Escola (CIEE). Em todo o estado, estão abertas 300 vagas para o programa jovem aprendiz e também para o programa de estágio, em diversas áreas.
Segundo o consultor de atendimento Benedito Raimundo Neto, atualmente, existem 7,4 mil estudantes fazendo estágio e outros 3 mil fazem parte do jovem aprendiz, em Mato Grosso.
“Para o estágio, a empresa não tem obrigação de contratar. Já para o aprendiz existe uma lei que obriga todas as empresas que não são Empresas de Pequeno Porte (EPP) a contratar de 5% a 15% do quadro de funcionários”, explicou.
Dados divulgados recentemente pela Fundação Instituto de Pesquisa Econômicas (Fipe) mostram que, em 2018, foram criados 180 mil postos de trabalho diretos e indiretos, o que colaborou com a soma de R$ 15 bilhões ao Produto Interno Bruto (PIB) do país.
Conforme os dados, Mato Grosso é o 25° lugar no ranking referente à proporção de estagiários bolsistas. Cerca de 10% dos estagiários matriculados em curso superior recebiam renumeração em 2018.
“Para os jovens, essa é a primeira porta no mercado de trabalho. Para a empresa, ela terá a oportunidade de formar um profissional, pois o jovem chega sem vícios e a empresa pode formá-la com as características e a filosofia de trabalho dela”, afirmou Benedito.
A recepcionista Nathália Christina Versiane contou que começou a trabalhar em uma loja de materiais de acabamento aos 16 anos como jovem aprendiz. Quando terminou o contrato do programa, ela foi contratada e agora comemora a oportunidade de ter conquistado o primeiro emprego.
“Desde que entrei na empresa como menor aprendiz, pensava em crescer dentro da empresa, fazer o meu melhor e ajudá-la a crescer também”, disse.
Baixa procura
De acordo com uma pesquisa realizada pela Fipe e o CIEE, em Mato Grosso, apenas 1,2% dos estudantes matriculados no ensino superior tinham acesso a vagas de estágio, até 2017.
O gerente regional do CIEE, Cláudio Rodrigo de Oliveira, disse que dois fatores principais contribuem para os baixos índices de vagas de estágio.
Um deles é a extensão territorial do estado que faz com que a maior parte das empresas e das indústrias se concentrem na capital, impossibilitando que estudantes dos municípios mais distantes tenham acesso às vagas.
Outro fator, segundo Cláudio, é a baixa adoção de políticas de aprendizagem por parte dos empresários.