14 de Dezembro de 2024

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ENTREVISTA DA SEMANA Segunda-feira, 20 de Setembro de 2021, 08:32 - A | A

Segunda-feira, 20 de Setembro de 2021, 08h:32 - A | A

“Queremos chegar a 380 escolas recebendo recursos para fazer a sua manutenção preventiva e corretiva”

Regina Botelho Da Redação

A educação  também foi uma das atividades afetada pela Covid-19. Em entrevista exclusiva ao Jornal Centro-Oeste Popular, o secretário de Estado de Educação, Alan do Porto falou sobre os desafios da pasta, recuperação da aprendizagem , investimentos entre outros assuntos. Confira.

Centro Oeste Popular - A volta às aulas, está tudo dentro da normalidade?

Alan Porto- A estratégia da Seduc é de trabalhar com material didático de qualidade, são todos do ensino fundamental e do ensino médio que já receberam esse material. Voltamos as aulas na modalidade híbrida, com até 50% da capacidade de sala de aula, a nossa volta às aulas está dentro das expectativas, tenho acompanhado de perto este retorno nas escolas em Cuiabá, Várzea Grande e outras cidades, todas as orientações que eles receberam ao longo deste ano de formação, como cumprir os protocolos de biossegurança, plano de contingência, formação da equipe gestora, de diretor, coordenador, secretário, formação dos professores, tudo correndo no mais rigoroso cumprimento dos protocolos de biossegurança. Isso vem refletindo nos dados dos nossos principais indicadores. Na primeira semana que foi doa dia 15/8 a 21/8, que foi bem no início do retorno, tivemos 116 casos nas 78 escolas, e isso significa dizer que parte desses profissionais que tiveram casos confirmados, não foi no ambiente escolar, porque o ciclo da doença leva em torno de 14 dias de acordo com a orientação da Secretaria de Estado de Saúde. Na semana de 22/8 ao dia 28 tivemos 89 casos em 69 escolas e percebe-se que são um ou dois casos no máximo por unidade escolar. No dia 29 ao dia 4 tivemos 48 casos em 41 escolas, praticamente um caso por escola e na última semana, do dia 5 ao dia 10, tivemos dois casos em duas escolas, então percebam que os protocolos de biossegurança que estão sendo adotados pelas unidades escolares
são eficientes, e lembrando também que a vacinação avançou, boa parte dos profissionais da educação já tomaram a segunda dose, muitos estão tomando nesta semana de setembro.

CO Popular – E quanto à recuperação da aprendizagem?

Alan Porto- Em relação à recuperação da aprendizagem, estamos chamando todos os professores articuladores, dentro das escolas urbanas vamos ter dentro do laboratório de aprendizagem aula de reforço dos anos iniciais, dos anos finais e do ensino médio, são mais de 1.200 professores articuladores. As apostilas também entregamos para todos os polos, as 15 diretorias regionais, está chegando em todas as escolas, quase 400 mil alunos estão recebendo as apostilas. Isso tudo dentro do planejado, tudo conforme orientamos nossos profissionais e a coisa está funcionando, lembrando também que estamos trabalhando com as atividades complementares, o sócio emocional, lembrando que essa questão da pandemia foi muito prejudicial, muitos alunos tiveram família que perderam o emprego e perderam entes queridos, pessoas com problemas emocionais, então estamos desenvolvendo os aspectos sócio emocionais nas unidades escolares com ciência fonológica que é do primeiro ao terceiro ano, para recuperar a aprendizagem na alfabetização, que foi o público mais prejudicado nessa pandemia. Pela primeira vez vamos trabalhar a educação financeira no 9º ano do ensino fundamental, no primeiro ano do ensino médio, isso tudo de acordo com a BNCC que é a nossa base nacional comum curricular. Então a volta às aulas tem sido até superando as expectativas que tínhamos em relação ao retorno das atividades. Lembrando que a maioria dos municípios também já retomaram as suas atividades, infelizmente Cuiabá ainda não retomou, mas vemos o Ministério Públicos agindo de forma eficiente no sentido que retome as aulas, pois quem perde com isso são as criança que estão na fase de alfabetização.

CO Popular – Como o senhor vê essa situação da suspensão das aulas em algumas escolas devido aos casos de covid?

Alan Porto – A questão da suspensão das atividades está dentro do plano de contingência, trabalhamos com bolhas de relacionamento. Temos o grupo A, o grupo B funcionando com 50% de sua capacidade, e quando é detectado um caso confirmado, isolamos aquela bolha, fazemos o lançamento das informações dentro do IndicaSUS, que é uma plataforma que foi desenvolvida pela Secretaria de Saúde para ser alimentado pelos profissionais da educação e todos os secretários passaram por essa formação, para inserirem os dados nessa plataforma, os casos que foram confirmados isolamos aquela bolha, faz a desinfecção do prédio, faz o encaminhamento para a unidade básica de saúde para fazer a testagem daqueles alunos, daqueles profissionais, se tem mais algum caso confirmado e vai monitorando. E nesse monitoramento é saber se algum estudante ou algum professor tem sintomas da doença, e isso tem dado muito certo. Está dentro do previsto e dentro do planejado. E é natural que isso aconteça, quando tem um caso temos que realmente suspender as atividades, fazer a desinfecção, fazer o encaminhamento para a unidade básica de saúde e monitorar e acompanhar se algum profissional ou estudante apresenta os sintomas.

CO Popular - O que fazer pra recuperar o tempo perdido e consequentemente amenizar a queda no nível de ensino devido a pandemia?

Alan Porto – A estratégia da Seduc é de trabalhar com material didático de qualidade, são todos do ensino fundamental e do ensino médio que já receberam esse material. Adaptamos o nosso currículo tanto para os professores quanto para nossos estudantes, para focar naquilo que realmente eles precisam aprender. Temos o laboratório da aprendizagem que é a aula de reforço que vai acontecer no contraturno, tanto dos anos iniciais, dos anos finais do ensino fundamental quanto do ensino médio, são mais de 1.200 profissionais professores que serão contratados e vai ter aula de reforço. Esperamos com essa aula de reforço, com a adaptação curricular, engajamento da comunidade escolar, formação continuada dos nossos professores de forma permanente, e o engajamento das famílias e estudantes, começamos a recuperar a aprendizagem de todo esse tempo perdido, e isso não acontece de um dia para o outro, isso é a médio e longo prazos, mas nossa equipe está bem motivada, os profissionais da educação estão firmes para recuperar a aprendizagem de todos nossos estudantes.

CO Popular – Quais os investimentos a Seduc vêm realizando na estrutura escolar?

Alan Porto – Tem o programa Mais MT que prevê o investimento de R$ 936 milhões até o final da gestão do governador Mauro Mendes. Dentro desses R$ 936 milhões temos o investimento de mais de R$ 400 milhões na infraestrutura, e aí estou falando de 35 novas escolas, que são as substituições de prédios que estão deteriorados, são mais de 40 reformas, além da climatização de 300 escolas, sendo que só nesse primeiro semestre climatizamos mais de 60 e nesse segundo semestre são 110 escolas e até o final de 2022 todas as escolas estarão climatizadas, aquelas escolas que têm condições de receber a energia elétrica trifásica. Além desses investimentos de reforma, de construção, ampliação e climatização, temos mais de 40 quadras poliesportivas que
estão sendo construídas nas unidades escolares e o governo quer ampliar esse número para 100 escolas, então estamos fazendo alguns ajustes orçamentários e um grande programa de manutenção que está acontecendo dentro da rede estadual. São mais de 160 escolas contempladas com recursos descentralizados. O governo aumentou a verba de R$ 33 mil para R$ 100 mil e tem tido grande adesão por várias unidades escolares. São 160 escolas contempladas de imediato e queremos chegar a 380 escolas recebendo recursos para fazer a sua manutenção preventiva e corretiva. São grandes investimentos na infraestrutura física, também na infraestrutura tecnológica, que foi investimento de quase R$ 100 milhões, que foi aquele recurso que foi depositado nas contas dos professores para a compra dos notebooks, para fazer a inclusão digital do professor. Estamos licitando a internet reversa que é aquele pacote de dados para que os alunos tenham condições de utilizar o aplicativo educacional sem consumir dados do celular dele, então o Estado está trabalhando nesse sentido. Os investimentos que aconteceram nas unidades escolares proporcionaram que chegue internet de alta velocidade, então aumentamos esses repasses, para as escolas trabalharem nas suas estruturas de rede, para contratar um link de internet de maior velocidade, porque queremos que todos os alunos que estejam dentro da unidade escolar tenham acesso a internet com velocidade. Estão todas essas ações estão sendo realizadas para que tenhamos condições de enfrentar esse novo momento que a pandemia nos colocou e recuperar a aprendizagem de nossos estudantes. Além desses investimentos de infraestrutura física e tecnológica, temos o investimento na parte pedagógica, onde estamos licitando o sistema estruturado de ensino, que é um material didático da mesma qualidade das escolas particulares. Dentro desse sistema educacional, que é uma solução onde você tem informação continuada de 120 horas, você tem plataforma educacional, tem assessoria pedagógica e temos aí a avaliação educacional. Queremos avaliar nossos estudantes a cada bimestre, ou seja, quatro avaliações no ano para que tenhamos condições de fazer um plano de ação para recuperar a aprendizagem de nossos estudantes. Então estaremos avaliando o material didático de qualidade, formação continuada de todos os nossos professores, tenho certeza que vamos colocar a educação do Estado de Mato Grosso, com esses investimentos de quase R$ 1 bilhão, essa vontade política de nosso governador e do vice-governador, e o engajamento dos nossos profissionais da educação, vamos colocar a educação do Estado em um patamar muito melhor do que se encontra hoje.

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