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ENTREVISTA DA SEMANA Terça-feira, 20 de Setembro de 2022, 09:00 - A | A

Terça-feira, 20 de Setembro de 2022, 09h:00 - A | A

“Temos que parar de fazer ambulancioterapia”

Regina Botelho Da Redação

Médico há mais de 40 anos, o deputado estadual Dr. Gimenez (PSD), 71 anos, é o parlamentar mais idoso da Assembleia Legislativa, presidente da Comissão de Saúde, e vem se destacando em ações que defendem a saúde pública de Mato Grosso. Uma das bandeiras é o fortalecimento da saúde regional com a implementação do projeto de hospital de pequeno porte para pacientes do Sistema Único de Saúde (SUS).

Como deputado representante da Região Oeste, ele frisa a importância de descentralizar o atendimento e, com isso, garantir maior resolutividade para os pacientes que nem sempre podem se deslocar até os grandes centros. “A proposta é desafogar o Hospital Regional de Cáceres, por exemplo, trazendo especialistas aos municípios, como ortopedista, cirurgião geral e ginecologista, isso vai reduzir a distância e beneficiar diretamente a população das microrregiões”. Ele também defende a construção de um Hospital Regional em Pontes e Lacerda, que vai ampliar o atendimento à saúde em toda a região de fronteira do Estado.

Em três anos e meio de mandato, Dr. Gimenez se destacou, como parlamentar de primeiro mandato na Assembleia Legislativa, pela sua alta produtividade: apresentou 1.733 mil proposições, das quais 1.006 indicações e 203 projetos de lei, que já resultaram em 41 leis sancionadas pelo Governo do Estado. Cerca de 70% do seu trabalho é voltado para as áreas da saúde, infraestrutura e educação.

 

Centro Oeste Popular – Como médico e presidente da Comissão da Saúde, como vem sendo seu trabalho em prol do cidadão?

 

Dr. Gimenez  - Primeiramente, quero reforçar o trabalho exemplar da Comissão da Saúde, à qual faço parte, juntamente com outros três médicos (Dr. Eugênio, Dr. João e Lúdio Cabral) e o servidor da saúde o deputado Paulo Araújo. Nosso trabalho foi incansável entre 2020 e 2021 para fazer o acompanhamento, propor e avaliar ações durante a pandemia, sempre em defesa do cidadão mato-grossense.

 Paralelamente, tivemos muitas ações e serviços da Casa de Leis voltadas à saúde, seja na pandemia ou antes mesmo antes, visitando hospitais e unidades de saúde em todas as regiões do Estado, dialogando com o Governo e demais poderes, tudo isso para fortalecer e melhorar o atendimento na saúde para a população.

Como deputado, da minha parte, consegui viabilizar mais de R$ 15 milhões para a saúde pública de Mato Grosso, com ações voltadas principalmente para aquisição de ambulâncias, veículos para transporte de pacientes, medicamentos, insumos e custeio de hospitais no período crítico da pandemia da Covid-19.

No total, foram comprados 27 veículos, entre vans, micro-ônibus e ambulâncias, reforçando principalmente a saúde dos municípios da Região Oeste, que recebeu R$ 1 milhão por meio do Consórcio de Saúde – via duodécimo da Assembleia Legislativa – para ampliar a contratação de médicos especialistas e realizar de exames de imagens na Região Oeste do estado.

 

CO Popular – Como o senhor avalia o seu primeiro mandato como parlamentar? Quais os principais desafios?

 

Dr. Gimenez - Realmente não foi fácil, quando cheguei estava muito entusiasmado, cheio de planos, porque deixei o consultório médico para destinar minha energia, nesta nova fase da vida, às políticas públicas, porque entendi que como deputado poderia contribuir muito mais com as famílias de Mato Grosso. Tenho experiência como médico e pessoa para realizar esse trabalho e é o que venho fazendo.

Porém, naquele primeiro momento, foi muito difícil acho que para todos nós, pois tivemos que andar com o 'freio de mão puxado' por causa do decreto de calamidade financeira do Governo, isso em 2019, e depois veio a pandemia do coronavírus em 2020, ainda assim, continuamos trabalhando e acreditando. Sou um “realista esperançoso”, como diz o escritor Ariano Suassuna, e essa minha postura de sempre priorizar o diálogo e a confiança gerou bons frutos.

Consegui muitas respostas positivas a diversas reivindicações feitas ao Governo, entre 2021 e 2022, período em que o Estado conseguiu repassar as emendas parlamentares. Somando todas as parcerias, consegui viabilizar mais de R$ 15 milhões em recursos à saúde de Mato Grosso, sobretudo para os municípios da Região Oeste.

É importante destacar ainda que das minhas emendas parlamentares era previsto em Lei a aplicação mínima de 12%, mas eu fiz questão de destinar 35%, o que significa um investimento de quase três vezes o valor obrigatório na saúde. Ou seja, eu realmente trabalhei para a saúde, não é apenas discurso, é fazer, colocar em prática.

Também articulei, junto à bancada federal, recursos de aproximadamente R$ 7,5 milhões para a minha região, garantindo a manutenção das unidades de saúde e ampliando o atendimento aos pacientes. No Hospital Regional de Cáceres, o Governo investiu R$ 5,5 milhões para a construção 30 novos leitos (10 de UTI e 20 de enfermaria), que foram incorporados à estrutura, e ainda implantou 10 leitos no Hospital Vale do Guaporé, em Pontes e Lacerda, sendo que ambos beneficiam toda a região.

 

 CO Popular – O senhor sempre reforça a importância de acabar com a “ambulancioterapia”, o que isso significa?

 

Dr. Gimenez - Que precisamos encontrar uma maneira mais eficiente de fazer funcionar a saúde pública. Temos trabalhado para colocar em prática o projeto de hospital de pequeno porte para pacientes do SUS, que é uma forma de conseguir maior resolutividade no atendimento ao paciente nos municípios, ou seja, de modo que os serviços que não sejam de alta complexidade possam ser descentralizados para evitar a “ambulancioterapia”. Vamos assim ter atendimento mais rápido e de qualidade ao cidadão sem que ele precise transitar grandes distâncias, porque para muitas pessoas, chegar a Cuiabá ou mesmo a Cáceres significa uma longa distância. Essa proposta também visa desafogar o Hospital Regional de Cáceres, trazendo especialistas aos municípios, como ortopedista, cirurgião geral e ginecologista. Outra intenção

Outra ideia que temos conversado com as lideranças regionais é sobre a instalação de um Hospital Regional em Pontes e Lacerda, que é uma cidade com quase 50 mil habitantes que atende índios, bolivianos, todo povo lacerdense, e as cidades próximas. Isso ainda está em discussão, mas é válido e precisamos ter ali um hospital de maior porte, com todas as especialidades, hemodiálise, banco de sangue e centro de imagem, a proposta é deixar para Cuiabá apenas a altíssima resolutividade.

 

CO Popular  – Em quase quatro anos de mandato, o senhor já teve 41 leis sancionadas, como avalia seu trabalho?

 

Dr. Gimenez  - Se olharmos para todas as adversidades que enfrentamos neste período, avalio muito positivamente o meu trabalho. Foram apresentadas 1.733 mil proposições, das quais 1.006 indicações e 203 projetos de lei, sendo que 41 leis foram sancionadas pelo governo estadual, ou seja, além de me destacar como um dos deputados de primeiro mandato mais atuantes da Assembleia Legislativa, o trabalho também mostrou muita qualidade técnica. Cerca de 70% das indicações apresentadas foram nas áreas de infraestrutura, saúde e educação, beneficiando diretamente os municípios da região oeste de Mato Grosso, entre eles, Mirassol D’Oeste, São José dos Quatro Marcos, Cáceres, Araputanga, Vila Bela da Santíssima Trindade e Pontes e Lacerda. Grande parte foi atendida pelo Governo, beneficiando a população. Sou um deputado municipalista, acredito no diálogo e penso que problemas complexos exigem parcerias para construir soluções em longo prazo conjuntamente.A maioria das leis sancionadas são das áreas de utilidade pública, saúde, cidadania e educação, como a Lei 11296/2021, que obriga os estabelecimentos comerciais a fornecerem Equipamentos de Proteção Individual (EPIs) a motociclistas; Lei 11350/2021, que exige atendimento prioritário a pessoas com diabetes; e a Lei 11365/2021 que tornou obrigatório as unidades de saúde estaduais a fornecer uma declaração por escrito ao usuário do SUS em situação de falta de medicamentos.  Ou seja, a minha bandeira é a saúde, mas sem deixar de lado as outras áreas também importantes.

 

CO Popular – Essas parcerias que o senhor tanto destaca ajudaram de que forma, na destinação de recursos?

 

Dr. Gimenez - Justamente. No balanço de três anos e meio de mandato, somamos mais de R$ 51 milhões em ações e obras para a população de Mato Grosso em áreas prioritárias. Desse total, a infraestrutura foi beneficiada com R$ 31 milhões ou 55% dos recursos; e a saúde recebeu R$ 15 milhões. Isso envolveu recursos das minhas emendas parlamentares, do Governo e de parlamentares da bancada federal, que se sensibilizaram com a situação precária da Região Oeste.Esse dinheiro foi depositado na conta das prefeituras nos últimos três anos, principalmente entre 2021 e 2022. Na infraestrutura, a destinação priorizou a recuperação de estradas e pontes. Já na saúde, a compra de ambulâncias, veículos para transporte de pacientes, medicamentos, insumos e custeio de hospitais no período crítico da pandemia.Entre as demais áreas, a segurança pública recebeu cerca de R$ 2 milhões em ações que beneficiaram principalmente os municípios da região da fronteira. Já a educação foi contemplada com R$ 1,78 milhão, a agricultura familiar com R$ 1,35 milhão, cultura e esporte somaram R$ 2,2 milhões em investimentos, ciência e tecnologia R$ 814 mil e assistência social R$ 436 mil.Os recursos beneficiaram um total de 34 municípios mato-grossenses de todo estado, dentre eles, Mirassol D’Oeste e São José dos Quatro Marcos (300 e 315 km a oeste de Cuiabá) receberam um volume histórico de investimentos, aproximadamente R$ 34,5 milhões. Já Araputanga, Pontes e Lacerda, Cáceres, Sapezal, Conquista D’Oeste, Porto Espiridião, Vila Bela e Figueirópolis D’Oeste somaram R$ 12 milhões.

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