A cidade de Poconé está na rota do tráfico e a população começou a sofrer com o aumento nos índices de roubos de veículos, gado, defensivos agrícolas e no comércio local. Para dar mais segurança à comunidade, sete pontos de monitoramento com câmeras equipadas com tecnologia OCR, que reconhece placas veiculares, foram instalados no município.
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A iniciativa foi do Sindicato Rural de Poconé, que investiu R$ 700 mil para garantir a implantação dos pontos de monitoramento, torres de telecomunicação, rede elétrica e as manutenções necessárias para que as imagens sejam transmitidas diretamente para o Centro Integrado de Operações de Segurança Pública (Ciosp) em Cuiabá, e para a base do Grupo Especial de Fronteira (Gefron), em Porto Esperidião. O termo de parceria entre a entidade e a Secretaria de Estado de Segurança Pública (Sesp) foi assinado no Parque de Exposição da cidade no início da 42ª Semana do Cavalo Pantaneiro, comemorada na região por meio de vários eventos.
O presidente do Sindicato Rural de Poconé, Raul Santos Costa Neto, contou que a ideia da instalação das câmeras surgiu após a entidade procurar a Sesp para solicitar reforço no efetivo da cidade. No entanto, diante da impossibilidade de ampliar o número de policiais, foi feita a proposta de instalação dos pontos de monitoramento.
Raul ressaltou que apesar de o sindicato ter liderado o movimento para arrecadar recursos, a entidade recebeu apoio do comércio, por meio da Câmara de Dirigentes Lojistas (CDL), do setor de turismo, da mineração e até mesmo de Organizações Não Governamentais (ONGs).
“Antes ouvíamos falar do comando vermelho no Rio de Janeiro, hoje ouvimos que o comando aliciou um operador de pá carregadeira aqui em Poconé, por exemplo, e a insegurança é grande. Fomos até a Secretaria pedir um reforço para a cidade, mas o governo não tinha condições de ampliar o efetivo e nos foi proposto esta missão e hoje tivemos o objetivo cumprido”, contou Raul.
A preocupação não é apenas no combate ao crime organizado, mas a vigilância também irá auxiliar nas investigações referentes aos incêndios criminosos. Em 2020, o Pantanal foi cenário de um dos maiores incêndios já registrados e este ano, apesar da redução dos focos, já foram registrados pelo menos quatro pontos de fogo às margens da transpantaneira. “Isto irá mostrar que os produtores rurais não são os vilões. Não temos interesse em colocar fogo”, afirmou o presidente do Sindicato.
A Ausec foi a empresa responsável pela implantação dos pontos de monitoramento com câmeras OCR e ficará encarregada das manutenções preventivas e corretivas durante os próximos doze meses.
“Esses sete pontos de monitoramento estão conectados a uma rede de aproximadamente 200 câmeras espalhadas pela faixa de fronteira com a Bolívia, rodovia BR-163 desde a divisa de Mato Grosso do Sul até Sinop e os municípios de Cuiabá, Várzea Grande, Campo Verde e Primavera do Leste. O objetivo é levar informações de todos os veículos que circulam na região, permitindo, monitorar e acompanhar a movimentação de atitudes suspeitas”, explicou Wagner Figueiredo, diretor da Ausec, empresa de tecnologia em segurança e automação.
O coordenador do Gefron, tenente-coronel PM Fábio Ricas, comentou que os pontos de monitoramento em outras regiões já dão resultado e por isso sugeriu a ideia da implantação das câmeras na cidade, que está na rota do tráfico e, atualmente, as organizações criminosas utilizam as estradas de acesso para chegar à Bolívia.
O tenente-coronel explica que as câmeras estão interligadas com o Gefron, em Porto Esperidião e o monitoramento ajudará no combate ao furto e roubo de veículos, já que as placas são captadas e caso seja constatado que ele tenha uma restrição é gerado o alerta e uma barreira pode ser montada para realizar a abordagem.
O secretário-adjunto de Integração Operacional, coronel Juliano Chiroli, esteve em Poconé e falou sobre a importância da parceria com o Sindicato e agradeceu o desempenho da sociedade em ajudar no combate ao crime. Ele aproveitou para falar sobre os investimentos que estão sendo feitos no estado e ressaltou que as câmeras irão auxiliar no serviço de inteligência da polícia.
“As câmeras OCR vão garantir mais segurança à sociedade sendo uma realidade que não vai fugir do futuro: a digitalização do sistema. Vamos fazer um trabalho de excelência utilizando essas câmeras junto às forças policiais para auxiliar nas investigações dos delitos que ocorrerem. Todos ganham, a comunidade ganha, a segurança ganha e todo o estado ganha. Que este trabalho seja uma referência para outras regiões de Mato Grosso”, comemorou Chiroli.