A compulsão para deixar o mundo ao redor e passar o dia todo em frente a um tablet, computador ou até mesmo a tela de um celular pode ser considerado como uso excessivo da internet, levando a um comprometimento do estado psicológico do ser humano, quanto de ordem mental ou emocional.
Segundo a psicóloga, Sandra Lúcia de Oliveira Siqueira, há uma discussão considerável sobre se as pessoas são viciadas na internet, especificamente para as atividades realizadas no ambiente, e se usam o termo vício ou dependência do meio em atividades online específicas, como jogos de azar online e jogos online.
A psicóloga inclusive orientou que na verdade as pontuações nem sempre são feitas para pessoas adultas, mas principalmente para adolescentes e até mesmo crianças que passam o dia todo navegando e acabam nem tendo tempo com a família, e, além do transtorno mental, corre risco de desenvolver também ansiedade, pânico, e até mesmo a depressão.
Na avaliação da profissional, a política de saúde infantil deve, portanto, aderir ao princípio da precaução como uma abordagem prudente para proteger a integridade e o bem-estar neurológico da criança. Há preocupações neurológicas pediátricas atuais em torno dos transtornos de dependência de internet e propõe estratégias preventivas para neurologia infantil e profissões afins.
“A infância é uma época de mudanças significativamente na conectividade do cérebro. Há evidências de que a exposição extensiva ao videogame durante a infância pode levar à neuro adaptação e a mudanças estruturais nas regiões neurais associadas ao vício”, observou.
Esses ponderamentos, conforme a psicóloga, fazem com que o indivíduo ou até mesmo a criança, se torne dependente da tecnologia, já que o primeiro ponto para quem vive em um "mundo" como este tenha preocupação com jogos pela internet e isso faz com que o indivíduo pense na partida anterior do jogo ou antecipa a próxima partida e isso faz com que a atividade se torne dominante em sua vida.
Outro caso notado é os sintomas de abstinência quando os jogos são retirados. Os sintomas incluem: irritabilidade, ansiedade e tristeza.
“Existem casos que a gente vê no consultório que a pessoa colocou em risco ou perdeu um relacionamento, emprego ou oportunidade educacional ou até mesmo de carreira significativa devido à participação em jogos pela internet. Então o assunto tratado chega a ser grave”, falou.
Fatores de Risco e Prevenção
No que diz respeito a prevenção seletiva, existem de maior risco devido à presença de fatores biopsicossociais específicos e fatores relacionados aos padrões de uso da internet.
“Fatores psicopatológicos: TDAH, transtornos depressivos e ansiosos e fobia social (por exemplo, uso de substâncias ou sintomas obsessivo-compulsivos; características de personalidade, impulsividade e hiperatividade e elevada procura de novidades e baixa dependência de recompensas, introversão, reduzida conscienciosidade e agradabilidade e alto neuroticismo, baixa estabilidade emocional e hostilidade, além do estresse, solidão ou afiliação com pares que têm níveis mais baixos de aceitação social ou jovens situados em uma classe com níveis mais elevados de dependência da internet tudo isso é notado”, afirmou.
Família como suporte
Por fim, a psicóloga afirmou que algumas coisas podem ser realizadas entre a família para que a situação não se agrave. Dentre elas estão: habilidades encorajando relacionamentos mais afetivos; melhoria da comunicação entre pais e filhos; quantidade de tempo gasto com os filhos; entender as necessidades dos filhos; melhoria da saúde mental dos pais, monitoramento da criança com uso da internet e estabelecer regras que regulam o conteúdo de atividades on-line.
“Fazer mediação do uso da internet para crianças na forma de discussões e uso conjunto da mesma podem evitar prejuízos futuros. Então é bom estipular regras, mas não tirar de fato a navegação porque ela traz também benefícios com os conteúdos que existem disponíveis”, finalizou.