Assim como outros elefantes resgatados, Ramba passou a maior parte de sua vida no circo. Aos 53 anos (aproximadamente), as inúmeras cicatrizes não escondem seu passado.
Foram muitos anos de correntes e maus-tratos com varas para domesticação, até que, em 2011, a ONG chilena Ecópolis conseguiu colocá-la para viver em outro ambiente. No Parque Safári do Chile, em Rancágua (100 km de Santiago), ela passou a ser livre.
Agora chegou a hora de Ramba se juntar a outras duas elefantas, Maia e Rana, no Santuário de Elefantes – onde era aguardada desde 2017. Criado em 2016, o espaço, localizado em Chapada dos Guimarães (70 km de Cuiabá) tem mais de 1,1 mil hectares. A área tem capacidade para receber até 50 elefantes.
Para resgatá-la, uma verdadeira força-tarefa é orquestrada pelo presidente do Santuário de Elefantes do Brasil, Scott Blais e sua equipe. Isso porque Ramba pesa cerca de 3,6 toneladas e precisará vir de avião.
Ramba deve chegar em Chapada dos Guimarães na sexta-feira (18). Antes, ela aterrissa em Campinas (SP), na quarta-feira (16). O trajeto de São Paulo a Mato Grosso será feito em um caminhão. São mais de 30 horas de estrada.
Transporte
No dia 11 de outubro, o presidente do santuário, que já acompanhou o transporte de mais de 35 elefantes, foi ao Chile ajudar no processo de mudança. Ramba vai ser transportada em uma caixa construída especialmente para o transporte de elefantes.
Adaptada, a caixa foi entregue no Parque Safari, para que a elefanta se acostume a ficar nela confortavelmente. Nos últimos dias, a elefanta tem recebido alimentos dentro da caixa, para auxiliá-la na adaptação. O espaço permanece aberto para que ela entre e saia a hora que quiser.
Já o transporte para o Brasil começa na noite dessa terça-feira (15). A caixa vai ser içada por um guindaste e levada, por caminhão, para o aeroporto de Santiago. Depois, ainda na caixa, Ramba vai ser transportada em voo cargueiro.
A assessoria do Santuário informou que Ramba vai passar por todos os trâmites legais de voo internacional e importação de animais. A caixa não vai ser aberta durante a operação e Ramba vai ser monitorada por câmeras.
“Durante todo o trajeto Ramba será acompanhada pelo presidente do santuário Scott Blais, pela veterinária Laura Paolillo e permanecerá consciente. Sedação e medicamentos de uso controlado somente serão usados em casos de emergência”, informou a assessoria.
No trajeto para Mato Grosso, fazendas foram contatadas em pontos estratégicos. O objetivo é ter locais para que a caixa possa ser aberta, se for necessário. A Polícia Rodoviária Federal (PRF) vai escoltar o caminhão. Quando chegarem na reserva, a caixa será aberta e a elefanta é quem vai decidir quando deixar o espaço. (Com assessoria)