A deputada Janaina Riva afirmou em entrevista à Capital FM, que o deputado Wilson Santos, presidente da CPI da Sonegação Fiscal, quer transformar a comissão em palco para a espetacularização dos seus discursos. A parlamentar voltou a defender que as sessões da CPI sejam fechadas e que o público, nem a imprensa tenham acesso. Acredita que desta forma os trabalhos renderão mais para a população de Mato Grosso. Para a parlamentar, a sessão de logo mais com oitiva do presidente da Amaggi, também deve ser transformada em secreta. “Depois da sessão nós liberamos os depoimentos para a imprensa e os fatos poderão ser conhecidos”, argumentou a parlamentar.
VÍTIMA DA ESTRATÉGIA A deputada Janaína ainda não percebeu que, por enquanto, ela tem sido a principal vítima da própria estratégia, pois os fatos mais relevantes que foram publicizados depois da CPI na oitiva de Lúcio Funaro foram as acusações de que a parlamentar pediu o fechamento da oitiva para proteger o seu sogro e também a si mesma, pois o doleiro teria comprado uma fazenda em Mato Grosso, em sociedade com o ex-deputado José Riva, seu pai, e essa propriedade, conforme apuração do jornal A Gazeta, estaria em nome da deputada. Comentário meu: Não cabe sessão secreta em CPI.
Ainda bem que o deputado Botelho, presidente do Legislativo, preocupado com a imagem da instituição chegou a declarar ser favorável que os trabalhos sejam abertos à imprensa e população. É injustificável a opinião da deputada Janaína. Trata-se do restabelecimento da censura. O depoente é ouvido em sessão secreta e depois é liberado para a imprensa apenas o que interessa aos deputados. Essa fórmula já foi melhor aplicada pelos governos militares.
Não cabe em um regime democrático. Sessão secreta em CPI, só quando o depoente diz que tem revelação importante para a apuração dos fatos, mas que prefere, ele depoente, falar isso em sessão secreta. Nesta hipótese, para ampliar o conhecimento da verdade, normalmente as CPIS aceitam a transformação em sessão secreta.
Para a deputada a presença do povo no parlamento parece um estorvo no andamento dos trabalhos. É preciso compreender definitivamente que povo e imprensa livre só fortalecem a democracia. O que está ficando claro é que alguns deputados tem interesses não republicanos a proteger. Triste isso.