A Justiça decretou a falência do Getúlio Grill, um dos mais tradicionais restaurantes de Cuiabá. Em decisão do último dia 3 de outubro, o Poder Judiciário Estadual deu três dias para os responsáveis pelo estabelecimento comercial desocuparem o imóvel.
De acordo com informações do processo, o Getúlio Grill, que tinha 25 anos de existência, possui uma dívida de R$ 1,3 milhão e ingressou com um pedido de recuperação judicial em setembro de 2016. O plano de recuperação chegou a ser aprovado no âmbito de uma assembleia geral de credores em novembro de 2018, porém, a organização não vinha pagando os alugueis do imóvel, o que a fez sofrer uma ordem de despejo.
Em razão das dificuldades, o Getúlio Grill interpôs um pedido de autofalência no Poder Judiciário de Mato Grosso reconhecendo que não tinha mais capacidade financeira e contábil de superar a crise. A Justiça aceitou a petição.
A decisão explicou que o instituto da recuperação judicial não se destina a toda e qualquer empresa, e sim àquelas que são “viáveis”. “Vale destacar que o instituto não é destinado a toda e qualquer sociedade empresária, mas voltado àquelas que são viáveis, atendendo-se assim ao interesse público e da coletividade, de modo que a estas empresas devem ser conferidas a proteção legal da suspensão das ações e execuções judiciais movidas contra elas, através do deferimento do processamento do pedido de recuperação judicial”, diz trecho da decisão.
Num rápido comunicado no Instagram, postado no último dia 2 de outubro, o estabelecimento comercial informou que estava “fechando as portas”. O Getúlio funcionou por 25 anos e era considerado um dos mais badalados da Capital de Mato Grosso. “Foram 25 anos de momentos especiais e inesquecíveis”, diz o comunicado de agradecimento ao público.
De acordo com informações do processo, os proprietários do Getúlio Grill não estavam pagando os alugueis desde novembro de 2018. O restaurante deve mais de R$ 500 mil pela locação, além de impostos do imóvel, como IPTU (Imposto Predial Territorial e Urbano).
A antiga sede do estabelecimento comercial, localizada na av. Getúlio Vargas, na Capital, deve abrigar um outro restaurante – com proprietários diferentes -, ou mesmo virar a sede de um banco, que vem negociando o aluguel imóvel.