Em entrevista à Rádio Capital nesta segunda-feira (28), o deputado estadual Carlos Avallone Júnior (PSDB), relator da Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) que vai investigar a atuação da concessionária de energia elétrica em Mato Grosso, comentou sobre como os trabalhos devem ser conduzidos. Sua atuação estará concentrada na avaliação técnica das ações desenvolvidas pela empresa, que já é investigada em outros dois estados.
O primeiro estado a instaurar uma CPI contra a empresa foi o Acre, seguido de Rondônia. Assim como em Mato Grosso, nestes estados a Energisa é líder de reclamações no Programa de Proteção e Defesa do Consumidor (Procon). Em Mato Grosso do Sul, um movimento popular chamado “Energia cara não”, também pede a abertura de uma CPI na Assembleia Legislativa, semelhante ao que acontece na Paraíba. Cobrança abusiva é apontado como o principal motivo da insatisfação dos consumidores.
Avallone defende que a CPI da ALMT seja dividida entre ouvir a população e avaliar critérios técnicos que envolvem documentações e o próprio termo de concessão: “quero propor que a gente ouça as demandas da população de todo o estado. Mas também devemos nos concentrar em buscar documentação, em fazer um estudo geral e trazer alguém da regulação da ANEEL, para explicar como a cobrança está funcionando”, afirmou o parlamentar.
Segundo o deputado, a falta de clareza na cobrança da tarifa é um sinal da falta de comunicação da empresa com a população, ou, “um erro estratégico”, como ele classifica: “é preciso que a população consiga entender sua conta. Eu mesmo estive 15 dias fora durante o mês de setembro. Minha conta anterior foi R$850,00 e a de setembro R$1.400,00, por exemplo. Não consigo explicar como isso é possível. São número difíceis para população entender”, pontuou.
Além de cobrança de valores abusivos, pesa sob a Energisa acusações de prestação de serviço de maneira inadequada, não ressarcimento de danos ao consumidor, baixa qualidade no atendimento ao cliente, irregularidades nas unidades consumidoras, etc. No ano de 2018 foram quase 6 mil reclamações registradas no Procon-MT. Apenas no mês de setembro deste ano o número chegou a quase 5 mil.
ATUAÇÃO NO BRASIL
A Energisa faz distribuação de energia em 11 estados: Minas Gerais, Sergipe, Paraíba, Rio de Janeiro, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Tocantins, São Paulo, Paraná, Rondônia e Acre, atendendo a 7,7 milhões de clientes, alcançando 20 milhões de pessoas e distribuindo 10% da energia elétrica do Brasil.
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