30 de Outubro de 2024

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POLICIA Quinta-feira, 11 de Julho de 2019, 10:34 - A | A

Quinta-feira, 11 de Julho de 2019, 10h:34 - A | A

DEVOLUÇÃO DE VERBA

A pedido do MPE, vereador e ex-assessor farão acareação em Cuiabá

Folha Max

O Ministério Público do Estado (MPE-MT) pediu uma “acareação” – depoimentos realizados de maneira simultânea entre as partes (suspeito e vítima) de uma investigação -, entre o vereador de Cuiabá, Felipe Wellaton (PV), e seu ex-chefe de gabinete, Jadson Nazário. A Delegacia Especializada em Crimes Fazendários e Contra a Administração Pública (Defaz-MT) apura a suspeita de que o membro do legislativo da Capital teria cobrado a devolução de parte da verba indenizatória recebida pelo ex-assessor.

De acordo com informações, a acareação deve ocorrer na próxima terça-feira (16). Jadson Nazário apresentou à Defaz-MT documentos e extratos bancários, bem como prints de conversas pelo whatsapp que manteve com Felipe Wellaton. Os chefes de gabinete da Câmara da Capital recebem uma verba indenizatória de R$ 4,2 mil.

Jadson teria revelado ainda que utilizou parte dos recursos na compra de materiais de construção num empreendimento do vereador no Parque das Águas, na Capital, e também na manutenção de uma caminhonete que seria de Wellaton.

De acordo com a denúncia, protocolada no MPE-MT em 9 de maio de 2018, Jadson Nazário de Freitas foi coordenador da campanha vitoriosa de Wellaton em 2016, quando obteve 3.054 votos. Após a disputa ele prometeu nomeá-lo ao cargo de chefe de seu gabinete, o que de fato ocorreu, em janeiro de 2017. O vereador, porém, permitiu que Jadson ficasse apenas com seu salário de R$ 6 mil e que devolvesse os R$ 4,2 mil referente a VI.

“O vereador Sr. Felipe Tanahashi Wellaton, aproveitou do cargo que ocupa para se apropriar de parte do salário (VI) de seu assessor e de outros funcionários contratados para seu gabinete”, diz trecho da denúncia.

Após o primeiro mês atuando como chefe de gabinete, Jadson relata que Wellaton também começou a “exigir” que ele repassasse parte do salário. “O parlamentar além de exigir o repasse de certa quantia do salário do assessor, exigia que o mesmo repassasse integralmente o VI – Verba Indenizatória e até mesmo que efetuasse alguns pagamentos de determinadas despesas pessoais em nome do parlamentar”, narra Jadson.

Wellaton ainda teria reduzido pela metade o salário de Jadson já em fevereiro de 2017, quando passou a receber R$ 3 mil por mês. Após uma discussão com o vereador, em março, ele teria perdido o cargo, sendo nomeado como assessor parlamentar, com salário de R$ 4 mil.

Parte de seus novos vencimentos, entretanto, também foram “cortados” nos dois meses seguintes, quando chegou a receber R$ 2 mil. Durante este período, entre os meses de janeiro e maio de 2017, a VI continuou a ser depositada em sua conta.

De acordo com pesquisas no Diário Oficial de Contas, e no Portal Transparência da Câmara de Cuiabá, Jadson Nazário de Freitas foi exonerado do cargo em outubro de 2017, voltou ao órgão como assessor parlamentar em janeiro de 2018, sendo novamente exonerado dois meses depois, em março daquele ano.

No fim de maio de 2018, uma conversa entre os suplentes do PV, Jamilson Moura e Sidney Souza, vazou nas redes sociais. No diálogo, os colegas de partido de Felipe Wellaton se queixavam de que o vereador exigia o “retorno” da verba indenizatória para se licenciar do cargo possibilitando, assim, que ambos pudessem ser empossados na Câmara de Cuiabá.

 

 
 

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