O agente prisional da Penitenciária Central do Estado (PCE) Reinaldo Luís Akerley Cavalcante, 48 anos, é suspeito de se passar por agenciador de modelos, para fotografar adolescentes em posições sensuais.
Mãe de duas menores [ de 10 e 17 anos] procurou a Delegacia Especializada de Defesa dos Direitos da Criança (Deddica), ao descobrir a tentativa de estupro.
O servidor foi 'surrado' com pauladas por familiares das garotas e preso na última quarta-feira (14),no bairro Residencial Jamil Boutros Nadaf, em Cuiabá. Reinaldo já foi preso em junho de 2017, ao comandar uma rede de prostituição.
Na delegacia, a mãe E.P.N. 44 anos, relatou ao O Bom da Notícia, que Reinaldo - aproveitando-se da pobreza e sonho das meninas - falava que era agenciador de modelos e passou a pagar R$ 50 por cada “saída” com as adolescentes. "Elas chegavam em casa falando que as fotos eram feitas no celular dele e eram levadas, geralmente, em parques [...] elas usavam roupas curtas e uma camiseta com nome do fotógrafo [...] mas achei estranho quando começaram a aparecer de calsinha e sutiã [...] acredito que as minhas filhas foram abusadas sexualmente, porém, elas não revelam. Devem ter medo", relatou a mãe das meninas.
Na quarta-feira (14), dia da prisão, depois de sair com as duas para fazer fotos no Coxipó do Ouro e ir em um shopping, Reinaldo foi surpreendido, pelo pai e o tio das garotas que o agrediram, a pauladas, quando ele deixou as meninas em casa. Momento em que a mãe acionou a polícia e todos foram para delegacia.
Segundo a Polícia Civil, no momento da prisão não haviam imagens das adolescentes no celular do servidor. A polícia disse que como não houve flagrante, Reinaldo foi ouvido e liberado. O procedimento foi encaminhado à Deddica que segue as investigações.
O que disse o servidor
Reinaldo não atendeu nenhuma ligação do O Bom da Notícia, nem respondeu aos e-mails enviados. Porém, a polícia revelou a a reportagem que Reinaldo teria negado ter se passado por agenciador, em seu depoimento.
Reinaldo disse que atua na Penitenciária Central do Estado e vende produtos de beleza. O agente confirmou que fez pelos menos cinco fotos da maior e uma da irmã menor, mas, para ajudar a jovem a destacar nas redes sociais. Quanto aos supostos cachês pagos de R$ 50, ele disse que era 'agrado' pois elas ajudavam ele a vender produtos de beleza.
Antecedentes criminais
Reinaldo já foi preso em junho de 2017, comandando uma rede de prostituição. Segundo a Polícia Civil, na ocassião, o agente pagava, com valores de R$ 50 a R$ 100, as meninas que queriam ser fotografadas para uma página que criou nas redes sociais. Depois negociava as garotas com homens que queriam sexo.
Na investigação da Polícia ficou claro que Reinaldo se aproveitava da situação de vulnerabilidade das jovens de famílias humildes. Elas eram atraídas para fazer as fotos em locais turísticos. Com o passar do tempo acabavam envolvidas em uma rede de prostituição, com clientes que as aguardavam nos locais, inclusive estrangeiros. Na época, a Polícia conseguiu ter acesso a um cadastro com mais de 500 adolescentes, com idades a partir dos 12 anos.
Relembre o caso na matéria vinculada no cadeia neles: