A Polícia Civil, por meio da Gerência de Combate ao Crime Organizado (GCCO), segue agora para a segunda parte das investigações decorrentes da Operação Bereu, deflagrada em Cuiabá, e vai apurar a participação de outros integrantes na organização criminosa, liderada por um preso da maior penitenciária do estado.
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Dos 25 mandados de prisões preventivas, 19 foram cumpridos nesta quarta-feira (10.11) em Cuiabá e Várzea Grande, além de outras 27 ordens de busca e apreensão.
Os alvos investigados pela GCCO integram uma organização criminosa que agia na região do bairro Tijucal, em Cuiabá, exigindo o pagamento de taxas a moradores daquela região para que estes fossem 'protegidos', além de taxas cobradas para que “bocas de fumo” pudessem funcionar no bairro.
Durante o cumprimento das ordens judiciais efetuadas por 108 policiais civis foram apreendidos um veículo, arma, ouro, aparelhos celulares, entorpecentes e R$ 4 mil em espécie.
O delegado titular da GCCO, Vitor Hugo Bruzulato Teixeira, destaca que os integrantes da organização agiam também no achaque a empresários do bairro Tijucal. Mesmo detido, um preso da PCE emitia ordens, por meio de cartas (conhecidas no meio prisional como 'bereu') para que integrantes da organização agissem nas ruas sob seu comando. “A operação teve um resultado bastante positivo e agora partimos para a segunda fase, que é identificar outros possíveis integrantes dessa organização”, afirmou Vitor Hugo.O inquérito instaurado pela Polícia Civil comprovou, até o momento, que pelo menos 20 pessoas foram cadastradas para participarem da organização criminosa no Tijucal e destas pessoas eram cobradas taxas para integrar o grupo.
O delegado Gustavo Belão, que conduz a investigação, pontua que dois criminosos foram identificados como os braços diretos do líder do grupo. “Após analisar cartas interceptadas pela GCCO, foram identificadas a exigência da cobrança de taxas a integrantes do grupo criminoso. Em caso de inadimplência, eram aplicadas sanções, como agressões físicas, conhecidos como 'salves', crime de tortura”, esclareceu o delegado.
As cartas demonstraram ainda que o tráfico de drogas no Tijucal era dominado por esse grupo, com a cobrança de pagamentos para que o comércio de entorpecente pudesse funcionar, sendo que a droga era fornecida pela própria organização criminosa, acrescentou Belão.
A operação contou com a participação das equipes da GCCO e de outras unidades da Diretoria de Atividades Especiais (GOE, Polinter, DRE, Defaz, Dema e Deccor), além da Diretoria Metropolitana (delegacias das regionais de Cuiabá e de Várzea Grande) e apoio das Diretorias de Inteligência e de Execuções Estratégicas da Polícia Civil e da Secretaria Adjunta do Sistema Penitenciário.