Indignada com o resultado do julgamento da tenente Izadora Ledur, Jane Claro, mãe de Rodrigo Claro, considerou a sessão 'um circo'. Na visão da Justiça, Ledur cometeu crime de maus-tratos, mas vai responder em regime aberto por um ano. “Ela não foi condenada. Ela ganhou aval para continuar matando”, avalia após o resultado do julgamento.
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A mãe disse que a família lutou 4 anos e 10 meses por Justiça “não pela palhaçada vista na audiência”. Segundo ela, o resultado ficou muito longe do esperado e não é punição para a oficial.
A tenente do Corpo de Bombeiros, Izadora Ledur, foi julgada na tarde de quinta-feira (23). Acusada de tortura que resultou na morte do aluno Rodrigo, ela foi condenada a um ano de prisão em regime aberto e pelo crime de maus-tratos.
A sessão de julgamento foi presidida pelo juiz Marcos Faleiros, da 11ª Vara Criminal Militar, que compõe o Conselho Militar com tenente-coronel Neurivaldo Antônio de Souza e os majores Paulo César Vieira de Melo Júnior, Ludmila de Souza Eickhoff e Edison Carvalho. Eles não entenderam que a conduta da oficial se enquadrava como tortura.
Conforme a decisão, Ledur teria se excedido durante a aplicação dos "caldos", técnica utilizada para salvamento de vítimas na água. Entretanto, não houve intuito de torturar o então aluno. “Lutamos por Justiça e não por palhaçada. O que aconteceu ontem foi um verdadeiro circo. Um teatro diante da nossa luta. Ledur não foi condenada. Ela recebeu, na verdade, foi aval para continuar matando e torturando. Se ela tivesse sido condenada, estaria presa e perdido sua farda”, declara a mãe.
O caso
Rodrigo Claro morreu em 15 de novembro de 2016, 5 dias após ser internado em hospital particular de Cuiabá.
Ele participava de treinamento de salvamento aquático na Lagoa Trevisan, curso do qual a oficial era instrutora.
Conhecida por sua conduta enérgica e até agressiva, a tenente teria perseguido o soldado, sabendo da dificuldade que ele apresentava durante o treinamento.
No curso, o jovem passou mal após sofrer vários “caldos” e foi impedido pela tenente de deixar a aula, mesmo relatando o mal estar. Já sem forças para continuar, ele saiu do treinamento e foi buscar socorro médico.
Da Unidade de Pronto Atendimento (UPA) do Verdão, ele foi encaminhado para o Hospital Jardim Cuiabá, onde faleceu