"Jovem, loira, de pele clara, bem vestida e sempre muito simpática", estas são algumas das caracteristicas que o pedófilo Waldeir Pinto de Moura, 26 anos, usava em um perfil fake no Facebook, se passando como Katiani Silva, para atrair adolescentes.
Foi, aliás, por meio deste perfil fake feminino que ele teria atraido um adolescente de 16 anos, mantendo-o durante seis meses, após estupra-lo, sob constante ameaça de morte, caso contasse para alguém o fato.
Desempregado, Waldeir passava o dia nas redes sociais, procurando meninos de periferia com idades entre 14 á 17 anos. Na conta possuí 1.222 mil seguidores. Se passando por mulher, o pedófilo abusa dos menores, e mediante ameaças de morte os mantinham quietos.
Waldeir pedia às vítimas fotos nuas e vídeos onde apareciam se masturbando. Depois de ganhar a confiança, marcava o encontro. Mas dizia que antes o garoto teria que se encontrar com um amigo dela e que poderiam conseguir dinheiro praticando atos sexuais com esse amigo. Muitos adolescentes - comumente pobres -, aceitavam o convite do encontro.
Após cometer o estupro, o suspeito dizia que não iria pagar nada e passava a ameaçar as vítimas, dizendo que divulgaria fotos e vídeos íntimos enviados para a garota do facebook.
A conta no facebook, até o fechamento da matéria, nãotinha sido desativada.
A Prisão
Waldeir foi preso na madrugada de segunda-feira (22), por policiais militares do 24º Batalhão, no Jardim Industriário II, depois que a mãe de um adolescente de 16 anos descobriu que o filho estava sendo estuprado há pelo menos seis meses.
Após a denúncia, Waldeir foi localizado na casa de uma amiga, onde foi preso e encaminhado até a Central de Flagrantes da Capital. Lá foi liberado pelo delegado plantonista, pelo fato dos crimes terem ocorrido há mais de 24 horas.
Mas logo depois de solto, Waldeir retornou à casa da amiga, arrombou a porta para buscar as chaves de onde mora, no mesmo bairro em que a vítima. Revoltado, o homem voltou a ameçar a mãe e o menor. "Ele teve a audácia de passar na frente da minha casa, após ser solto, e ameçar eu e meu filho. Não sei o que fazer agora. Estou presa e ele solto", lamenta a mãe ao O Bom da Notícia.
Waldeir que possuí três passagens pela polícia - sendo uma em Corumbá (MS) pelo crime de estupro e duas em Cuiabá por atentado violento ao pudor e subtração de incapazes - confessou os abusos. O homem chegou a ficar preso entre setembro e janeiro deste ano, no presídio Pascoal Ramos na Capital.
Polícia Civil investiga
Investigadores da Delegacia Especializada de Defesa da Criança e do Adolescente (Deddica) iniciaram diligências desde esta terça-feira (23).
Em 18 de setembro do ano passado Waldeir foi preso, após uma investigação que apontava sua ligação com uma rede internacional de pedofilia. Na sua casa foi apreendido um arquivo organizado, com centenas de vítimas, adolescentes com idades entre 12 e 15 anos.
'Amigo da família'
O suspeito frequentava a casa da família e chegou a levar presentes para conquistar a confiança dos parentes.
“Eu vi meu filho cada vez mais triste. Tinha certeza que algo de errado estava acontecendo. Ele [vítima] tentou se matar duas vezes. Esse homem [Waldeir] teve a cara de pau de frequentar minha casa, levava creme e chocolates”, relatou a mãe da vítima.
A maioria dos crimes sexuais contra crianças e adolescentes são cometidos por pessoas próximas das vítimas. Eles utilizam do poder que têm sobre a criança para coagi-las a praticar os atos sexuais.
É muito importante que os pais e responsáveis fiquem atentos às atitudes da criança e do adolescente. Se notar uma mudança radical no comportamento delas, se notar que a criança apresenta lesões nas partes genitais, elas devem conversar com a criança, procurar alguém ou até mesmo a delegacia para investigar se elas estão sendo vitimas de algum tipo de crime.