O vereador de Cuiabá Adevair Cabral deve deixar o PSDB até abril do ano que vem, quando encerra o prazo da janela partidária, abrindo espaço para que o político possa mudar de sigla.
Contra a orientação nacional da legenda que busca lançar candidatura própria nas principais capitais do país, o parlamentar municipal - aliado público do prefeito Emanuel Pinheiro (MDB) -, já admite sua saída por conta de seu compromisso de apoiar o projeto de reeleição do gestor emedebista.
“[...] Estou compromissado com a reeleição dele [Pinheiro], assim, claro, vou estar dentro de um partido que estará na aliança de Emanuel”, disse o vereador em conversa com jornalistas na segunda-feira (06).
Assegurando ainda que se dependesse dos três vereadores tucanos na Câmara de Cuiabá, o PSDB a apoiaria facilmente a reeleição do prefeito, “mas que há um movimento hoje dentro do partido que pretende lançar candidatura própria, na disputa pelo comando do Palácio Alencastro. Pautada em uma orientação da direção nacional, de que todas as capitais têm que lançar candidatura própria”, acrescentou.
“ Estou compromissado pela reeleição dele. Então eu vou estar dentro de um partido que estará na aliança do prefeito”
Se isso for confirmado, a tendência é que Adevair vá para o MDB ou para um partido nanico que esteja, claro, no arco de aliança do prefeito.
Nos bastidores, também comenta-se que Adevair estaria chateado com os colegas de partido, o deputado estadual Wilson Santos e o presidente da legenda, Paulo Borges, que meses atrás promoveram uma reunião com os vereadores de oposição ao prefeito, entre eles, Abílio Junior (PCS), considerado uma “pedra no sapato” de Emanuel Pinheiro. A ideia de Wilson e Borges é construir um projeto alternativo visando a prefeitura da capital. Adevair. claro, não teria gostado nada dessa reunião, principalmente por não ter sido convidado.
O vereador tucano ainda assegurou que os tucanos precisam entender que a disputa pela majoritária exige não só um nome de expressão, como ainda precisa ter dinheiro para bancar as eleições, pois o partido na Capital estaria afundado em dívidas.
"Um nome para disputar a majoritária precisa de prestígio popular mas, sobretudo, ter dinheiro para bancar as eleições, pois o partido está cheio de dívidas . Agora, precisa saber quem se habilita, porque uma campanha de prefeito é cara. Tem que ver quem vai ter recurso para bancar isso. Eu sou tesoureiro do partido e só tem dívida para pagar. Então não adianta você querer lançar uma candidatura, que vai navegar e naufragar e endividar ainda mais o partido. Então, no momento, temos que aguardar", enfatizou Adevair.