Passados os rumores de que seria destituído da liderança do Governo na Assembleia Legislativa, o deputado Dilmar Dal’Bosco (DEM) garantiu que eventuais atritos na relação com o governador Mauro Mendes (DEM) ficaram para trás. Nomeado para tal função durante praticamente toda a gestão do ex-governador Pedro Taques (PSDB), o parlamentar ponderou as particularidades do cargo em cada administração e considerou que agora está “um pouco mais difícil” de defender o Executivo na Casa de Leis.
“Agora está um pouco mais difícil. É o início do mandato, muitos deputados novos, a discussão é muito grande, os deputados estão ‘no pique’ do Parlamento. Mas eu acredito que tudo na vida tem que ter diálogo, tem que ter conversa. Alguns pontos, não podemos esquecer das coisas que ficaram para trás, a Assembleia Legislativa aprovou fundo de erradicação da pobreza que tirou de alguns setores, fundo de segurança que afetou setores, fundo de equilíbrio fiscal que tirou de setores, o novo fethab tirou. Então, não é só essa lei”, destacou, citando a minirreforma tributária.
Durante o processo de votação da matéria, que alterou regras para concessão de incentivos fiscais em Mato Grosso, Dilmar vinha sendo apontado nos corredores do Palácio Paiaguás como responsável por “jogo duplo”, supostamente atuando contra os interesses do Governo em alguns pontos do texto.
Dilmar, por exemplo, foi fundamental em discussões que modificaram a proposta original da equipe econômica de Mendes, em trechos que eram fortemente criticados por setores como o algodão e a agropecuária.
“Eu tenho que ter o meu posicionamento enquanto parlamentar. Mas eu sempre fiz o meu papel de equilibrio, de deixar uma lei que fosse boa para todos. O governador, o secretário Gallo, sempre disseram que aqui é que é a casa de discussões, então eu busquei isso”, minimizou o parlamentar.
O Governo do Estado, na ocasião, chegou a emitir nota na tentativa de apagar o incêndio na relação com o deputado, ponderando que Dilmar buscava consenso entre os segmentos. No final das contas, o texto foi votado em tempo recorde, em sessão que durou mais de 10 horas e manteve praticamente todos os deputados por uma madrugada inteira na Assembleia Legislativa.
Responsável pela condução de outros textos polêmicos, como as medidas de contenção de gastos de Mendes, aprovada no início do ano, e a autorização de um empréstimo de US$ 250 milhões, Dilmar, apesar das reclamações, saiu mais forte desses processos.
“Eu me sinto tranquilo quanto a isso, porque se tem uma coisa que eu preservo é valorizar o colega deputado, situação e oposição. Mas eu acho que a vitória foi do Parlamento, eu não coloco que com isso eu ganhei, eu cresci... Eu me coloco junto com os outros parlamentares”,pontuou o parlamentar.