Com cinco novos integrantes a bancada mato-grossense na Câmara dos Deputados terá duas mulheres e três estreantes em mandatos eletivos. A renovação foi menor do que em relação à legislatura em curso, na qual somente Carlos Bezerra (MDB) foi reeleito. O campeão de votos ao cargo foi o suplente de senador e ex-deputado federal Fábio Garcia (União), com 98.704 votos.
Foram reeleitos Emanuelzinho e Juarez Costa (ambos do MDB) e José Medeiros (PL); o grupo dos cinco novatos é formado por Fábio Garcia e Coronel Assis (ambos do União) e Abílio Júnior, Coronel Fernanda e Amália Barros (todos do PL).
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A nova composição de forças na Câmara terá quatro cadeiras com o PL; e duas cadeiras com o MDB e o União Brasil, respectivamente.
Novamente a bancada federal terá duas mulheres na Câmara, o que aconteceu pela última vez em 2002 com a eleição de Celcita Pinheiro (PFL) e Teté Bezerra (PMDB); Celcita é viúva do ex-senador Jonas Pinheiro, e Teté é casada com Carlos Bezerra.
Com Fábio Garcia, Coronel Fernanda, Coronel Assis, Emanuelzinho e Abílio Júnior, Cuiabá tem o maior número de cadeiras entre os eleitos; Juarez Costa é de Sinop; Amália Barros, de Campo Novo do Parecis; e José Medeiros, de Rondonópolis.
O grupo considerado bolsonarista raiz, formado por Coronel Fernanda, Coronel Assis, Amália Barros, Abílio Júnior e José Medeiros, anuncia que fará oposição sistemática ao presidente eleito Lula da Silva (PT), e o mesmo sustenta Fábio Garcia, que embora defendesse a candidatura de Bolsonaro sempre manteve independência em relação ao presidente que não conseguiu a reeleição.
Emanuelzinho esteve no palanque de oposição ao governador reeleito Mauro Mendes (União) que apoiou Bolsonaro, e deverá manter a mesma linha em plenário; Juarez Costa acompanhará seu partido no apoio a Lula.
Coronel Assis é estreante em política partidária. Jonildo José de Assis, 46 anos, nasceu em Cuiabá. É coronel da reserva remunerada da Polícia Militar e comandou aquela corporação no governo de Mauro Mendes. Recebeu 47.479 votos pelo União Brasil.
José Medeiros – José Antônio dos Santos Medeiros é deputado federal reeleito. Em 2010, pelo PPS, foi suplente do senador Pedro Taques (PDT) e o sucedeu em dezembro de 2014 em razão da vitória de Taques ao governo naquele ano, em primeiro turno. Medeiros é policial rodoviário federal aposentado, matemático e bacharel em Direito. Reside em Rondonópolis, tem 52 anos e nasceu em Caicó (RN). Em 2018 elegeu-se ao cargo com 82.528 votos pelo Podemos. Na eleição deste ano, recebeu 81.182 votos pelo PL do presidente Bolsonaro.
Fábio Garcia – De família política, Fábio Paulino Garcia é neto do ex-deputado federal e ex-governador José Garcia Neto. Foi deputado federal na legislatura de 2015 a 2018 eleito pelo PSB com 104.976 votos e mais tarde migrou para o Democratas, partido do qual foi presidente regional. Em 2018 elegeu-se primeiro suplente do senador e correligionário Jayme Campos (DEM); com sua eleição à Câmara, a segunda suplente Cândida Farias (MDB) torna-se suplente única de Jayme Campos. É empresário e engenheiro civil, nasceu em Brasília, tem 45 anos. Com 98.704 votos foi o campeão em votação para o cargo. Com a fusão do Democratas com o PSL Fábio Garcia foi eleito presidente regional do novo partido. A carreira política de Fábio Garcia começou em 2013 ao ser nomeado secretário municipal de Governo pelo então prefeito de Cuiabá, Mauro Mendes (PSB).
Emanuelzinho – Emanuel Pinheiro da Silva Primo nasceu em Cuiabá no dia 5 de janeiro de 1995. De família política, é filho do prefeito cuiabano Emanuel Pinheiro (MDB) e de Márcia Pinheiro (PV), que concorreu ao governo neste ano; e neto do ex-deputado federal Emanuel Pinheiro. Aos 23 anos, em 2018, elegeu-se deputado federal pelo PTB, com 76.781 votos, trocou de partido filiando-se ao MDB e reelegeu-se com 74.720 votos. Foi seminarista. É o mais jovem deputado federal da bancada mato-grossense em todos os tempos.
Juarez Costa – Paranaense de Londrina, nasceu em 20 de janeiro de 1960. Radialista e apresentador de televisão em Sinop, Juarez Alves da Costa foi vereador por aquele município em dois mandatos, exerceu mandato de deputado estadual e foi prefeito reeleito. Em 2018, pelo MDB elegeu-se deputado federal com 49.912 votos. Na reeleição cravou 77.528 votos. Um projeto de lei de Juarez relatado por Neri Geller (PP) pede a retirada integral de Mato Grosso da Amazônia Legal. A propositura abre – no melhor sentido da palavra – mais espaço às lavouras e à pecuária, mas cria embaraços internacionais para o agronegócio, devendo resultar em barreiras econômicas. As opiniões se dividem sobre o tema. Para virar lei e entrar em vigor, o projeto passará por um labirinto na Câmara e no Senado, até chegar ao presidente da República para sanção.
Coronel Fernanda – Da reserva remunerada da Polícia Militar a coronel Rubia Fernanda Diniz Robson Santos de Siqueira elegeu-se deputada federal pelo PL com 60.304 votos. Em 2020, filiada ao Patriota, a Coronel Fernanda disputou a eleição suplementar ao Senado numa chapa partidária com os suplentes Victorio Galli e Tenente Luciano Esteves Corrêa, recebendo 293.362 votos, ficando em segundo lugar na disputa que foi vencida por Carlos Fávaro (PSD) com 371.857 votos. Cuiabana nascida em 13 de novembro de 1974, a Coronel Fernanda é bolsonarista raiz e na campanha usou o slogan militar “Missão dada é missão cumprida”.
Abílio – O arquiteto e urbanista Abilio Jacques Brunini Moumer nasceu em Cuiabá no dia 31 de janeiro de 1984, é ligado à comunidade evangélica e elegeu-se vereador por Cuiabá em 2016. Em 2020, filiado ao Podemos, Abílio disputou a prefeitura com o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), que buscava a reeleição; no primeiro turno Abílio foi o mais votado, com 90.631 votos e Emanuel Pinheiro recebeu 82.367 votos; no segundo turno Emanuel venceu com 135.871 votos (51,15%) e Abílio cravou 129.777 (48,85%). Filiado ao PL do presidente Bolsonaro, Abílio elegeu-se deputado federal em outubro, com 87.072 votos.
Amália Barros – A jornalista Amália Scudeler de Barros Santos nasceu em 22 de março de 1985 na cidade de Mogi Mirim, interior paulista. Exerceu o jornalismo em São Paulo e reside desde 2016 em Campo Novo do Parecis. Amália Barros estreou politicamente na eleição em outubro deste ano, quando elegeu-se deputada federal pelo PL, com 70.294 votos Com visão monocular, Amália Barros militava em São Paulo pela causa em defesa dos que enfrentam o mesmo tipo de limitação visual. Essa militância chegou ao Senado, onde um projeto resultou na Lei Amália Barros, sancionada pelo presidente Bolsonaro. O projeto foi apresentado em junho de 2019 e relatado pelo senador Flávio Arns (Rede-PR). Sua autoria é dos senadores Rogério Carvalho (PT-SE), Rose de Freitas (Podemos-ES), Wellington Fagundes (PL) e Otto Alencar (PSD-BA). A Lei Amália Barros assegura aos portadores de visão monocular os direitos previdenciários concedidos aos com deficiência física, ou seja o pagamento mensal do Benefício de Prestação Continuada (BPC); Em São Paulo, Amália Barros foi assessora de Comunicação de um grupo empresarial, Amália Barros escreveu o livro “Se Enxerga: transforme desafios em grandes oportunidades para você e outras pessoas”. Em 2021 a jornalista criou o Instituto Amália Barros, de apoio aos portadores de visão monocular. Presidente regional do PL, o senador Wellington Fagundes convidou Amália para se filiar ao seu partido e a lançou candidata. Na campanha Amália teve em suas inserções no horário gratuito a participação da primeira-dama Michelle Bolsonaro e do agora governador eleito por São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos).