Durante o interrogatório na Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF), o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) afirmou que se recusou a participar da cerimônia de posse de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em 2023 para evitar o que chamou de “maior vaia da história do Brasil”.
A declaração foi feita nesta última terça-feira (10), durante a ação penal que investiga uma suposta trama golpista para impedir a posse de Lula. Ao ser questionado pelo ministro Alexandre de Moraes, o parlamentar negou envolvimento com qualquer tentativa de golpe e aproveitou para justificar sua ausência na transferência simbólica do cargo.
“Vossa excelência poderia perguntar: ‘Por que ele não passou a faixa?’ Eu não iria me submeter à maior vaia da história do Brasil. O senhor vai concordar comigo”, disse o ex-presidente, dirigindo-se a Moraes. O ministro, no entanto, interrompeu e afirmou que não faria esse tipo de pergunta.
Ainda assim, Bolsonaro insistiu: “Sei que o senhor não iria me perguntar. Mas seria uma explicação. Alguns dizem que muita coisa aconteceu porque eu não passei a faixa. Eu não passei porque não vou me submeter a passar faixa para esse atual mandatário que está aí.”
Ao ser questionado sobre a acusação de uma suposta conspiração para anular as eleições de 2022, Bolsonaro classificou a ideia de golpe como “abominável” e negou qualquer planejamento, tanto de sua parte quanto das Forças Armadas.
“Golpe é uma coisa abominável. Seria fácil de começar, mas o ‘day after’ seria imprevisível. O Brasil não poderia passar por uma experiência dessas. Essa hipótese sequer foi cogitada no meu governo”, afirmou.