O presidente da Assembleia Legislativa, deputado Eduardo Botelho (DEM), evitou tecer comentário sobre o parecer favorável do Tribunal de Contas do Estado (TCE-MT) às contas do ex-governador Pedro Taques (PSDB).
No início do mês, os conselheiros deram parecer favorável à aprovação por unanimidade, mesmo apontando 21 irregularidades. Agora, a Assembleia deve julgar as mesmas contas este ano e acatar ou não o parecer da Corte.
Segundo Botelho, uma comissão da Casa vai emitir um parecer sobre o assunto e, em seguida, os deputados vão apreciar os documentos.
“Eu não tenho avaliação, porque não analisei as contas. Uma comissão da Assembleia vai analisar o parecer do Tribunal de Contas. Então, não posso fazer comentário contra ou a favor, porque não acompanhei e não analisei”, disse ele.
Essa comissão da Assembleia vai fazer uma análise minuciosa das contas e dar um parecer. Somente depois vai para análise dos deputados em plenário
Botelho foi um dos principais interlocutores de Taques no Legislativo. Chegou a dizer que apoiaria sua reeleição, mas seu partido decidiu lançar Mauro Mendes (DEM) ao Palácio Paiaguás, atual governador.
Apesar de evitar se posicionar, o parlamentar lembrou que o tucano pegou um período de crise na economia nacional.
“Essa comissão da Assembleia vai fazer uma análise minuciosa das contas e dar um parecer. Somente depois vai para análise dos deputados em plenário”, explicou.
Parecer do TCE
No dia 6 de agosto, em uma sessão de mais de cinco horas, a Corte emitiu parecer favorável à aprovação das contas anuais de governo referentes ao exercício de 2018, sob o comando do ex-governador Pedro Taques.
O conselheiro relator Isaías Lopes da Cunha acolheu parcialmente o parecer do Ministério Público de Contas (MPC) pela aprovação. Ao todo, o MPC apontou 30 irregularidades, sendo nove delas afastadas pelo relator. Das 21 restantes, seis tiveram gravidade reduzida, visto que Cunha justificou ser “atos típicos de gestão”.
Foram mais de 40 recomendações a serem encaminhadas ao governador Mauro Mendes (DEM). Uma delas diz respeito a redução de 20% das despesas com cargo de comissão e confiança.
Taques, que fez a própria defesa, admitiu as irregularidades e as atribuiu à crise financeira enfrentada pelo Estado desde 2015.
“Não consegui fazer tudo. Concretizar os meus sonhos. Errei em algumas coisas. Vivemos momentos difíceis a partir de 2015. Momentos econômicos mais graves que a crise de 1929. Não vim chorar o leite derramado. A história tem que ser interpretada de acordo com o seu momento histórico”, disse Taques durante a defesa.