Da Redação
Em uma tentativa de viabilizar uma candidatura a prefeito de Cuiabá, o secretário de Estado de Saúde Gilberto Figueiredo (PSB) vem deixando a razoabilidade de lado e partindo para o ataque contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB). Mesmo reconhecendo o atraso de R$ 39 milhões, referentes a dívidas de 2016, 2017 e 2018, Figueiredo veio a público na semana passada criticar o fato do gestor cuiabano estar cobrando os atrasados.
Há uma divergência quanto valores. Enquanto o Estado diz dever R$ 39 milhões, Pinheiro aponta para uma dívida de R$ 60 milhões. Vale salientar que o gestor cuiabano já declarou que aceita receber os R$ 39 milhões e depois fazer um encontro de contas.
Enquanto isso, Gilberto tenta tirar dividendos políticos, aproveitando para aparecer na mídia. Sonhando em ser candidato no próximo ano, traçou a estratégia do ataque, visando ganhar espaço até mesmo dentro de sua base, pois seu nome vem sendo preterido nos bastidores.
Na ânsia de agradar o governador Mauro Mendes (DEM), não tem se importado em aumentar a indisposição entre o governador e o prefeito, dificultando o diálogo e prejudicando a população da cidade que pretende governar.
Pretenso candidato ao Alencastro, Figueiredo está à espera da chamada janela partidária, quando pretende migrar para o Democratas, partido de Mendes, na esperança de ser alçado a condição de candidato. Porém, no DEM alguns nomes saíram na frente, entre eles o presidente do diretório regional, o suplente de senador Fábio Garcia, que conforme informações nos corredores do Paiaguás teria a preferência de Mendes.
Além de Garcia, surgem os nomes dos secretários Rogério Gallo (Sefaz), Marçelo Padeiro (Sinfra) e Mauro Carvalho (Casa Civil), além do ex-prefeito Roberto França, como revelado pelo presidente do diretório da Capital, Alberto Machado.
Enquanto as tratativas para o pleito do próximo ano continuam, o titular da SES não tem perdido a chance de aparecer. Na semana passada rebateu as ameaças feitas pelo prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que cogita judicializar a cobrança de repasses que o Estado tem de fazer à saúde da capital, e questionou o fato de Pinheiro não ter cobrado o governo Pedro Taques (PSDB) pelo valor não repassado no passado. “Parece que ele está mais preocupado em arrumar confusão neste momento do que solução”, criticou.
A colocação feita por Figueiredo já teve uma resposta antecipada por parte de Emanuel. Durante visita do ministro da Educação Abraham Weintraub a Cuiabá, no último dia 5 de setembro, Pinheiro disse que nunca havia se furtado em cobrar os repasses do então governador Pedro Taques, lembrando que havia diálogo, com um interlocutor escalado pelo governo, e que os repasses embora atrasassem, eram feitos com regularidade.
“No período Pedro Taques, constantemente estávamos dialogando, eram R$ 2 milhões, eram R$ 5 milhões, eram R$ 7 milhões, ficava dois meses sem repassar nada, mas sentava e negociava, designou um secretário, o então secretário adjunto de Fazenda Serafim para negociar constantemente com o secretário de Fazenda da Capital o Gilberto Possas de Carvalho e constantemente havia o repasse, não era uma situação fácil mais havia um diálogo muito grande, uma ponte construída e constantemente havia os repasses, valores não regulares, não específicos, mas não deixava a sobrecarga do Estado somente nas costas de Cuiabá, mas hoje não vejo nenhuma expectativa e não posso deixar de cobrar”, disse o prefeito à imprensa durante a vista do ministro.
Já durante o lançamento do projeto Hora Estendida nas unidades básicas de saúde, Pinheiro aproveitou a coletiva de imprensa e fez a proposta para que o secretário de Saúde acertasse os R$ 39 milhões em dívidas reconhecidas pelo Estado e que em seguida fossem à mesa de negociação para ver a diferença de R$ 26 milhões.
“Se o Estado estiver certo não tem problema, eu não quero cobrar o que o Estado não deve para a saúde pública da população cuiabana, mas não vou perdoar um centavo do Estado ou da União que é devido à saúde pública da população cuiabana. Então pronto, acerto os R$ 39 milhões que está reconhecido, faça uma proposta, pode ser 10 vezes de R$ 4 milhões, ou 20 vezes de R$ 2 milhões, eu aceito, vai ser tudo investido para melhorar a saúde pública da população cuiabana, o que não pode é não pagar, o que não pode é continuar fingindo que não existe e a população precisando, e nós trabalhando dia e noite para melhorar a saúde pública e um volume tão grande de recursos que poderiam ajudar nesse investimento fica aí discutido na imprensa”, finalizou o prefeito.