A deputada estadual Janaina Riva (MDB) criticou a anulação das decisões do desembargador Orlando Perri em relação às investigações em desfavor de juízes e promotores no caso dos grampos clandestinos realizados no Estado e sugeriu que o Conselho Nacional de Justiça (CNJ) investigue o ministro Mauro Campbell Marques, do Superior Tribunal de Justiça (STJ).
Nesta terça-feira (27), o ministro Campbell acatou pedido liminar em Reclamação do Ministério Público de Mato Grosso (MPE) e determinou a anulação de decisões do desembargador Orlando Perri no caso conhecido como Grampolândia Pantaneira, em que são investigadas diversas interceptações telefônicas clandestinas. A decisão também cassa todos os atos investigatórios praticados pela Polícia Civil.
Para Janaína, que foi uma das diversas pessoas que teve seu telefone grampeado ilegalmente, a determinação do STJ é decepicionante, pelo fato de o ministro ter ficado com o processo por dois anos, com as investigações paralisadas.
“É decepcionante, ele ficou lá sentado em cima do processo por dois anos nas investigações dos grampos. Deveria ser também investigado pelo CNJ. É claro que a gente fica triste com a posição do ministro Campbell. Aliás, desde o começo ele tentou atrapalhar a investigação dos grampos, enquanto esteve com ele sequer a investigação andou”, disse a parlamentar em entrevista à Rádio Capital nesta quarta-feira (28).
A emedebista também elogiou a postura do relator do inquérito no Tribunal de Justiça de Mato Grosso, desembargador Orlando Perri, pela forma como ele lidou com a investigação e pela confiança que ele conquistou da população mato-grossense.
“É decepcionante porque nós depositamos muita confiança no desembargador Orlando Perri. Acredito que ele tem conquistado uma simpatia dos cidadãos mato-grossense com a investigação dos grampos, pela sua postura”, afirmou.
A deputada, por fim, recordou que o ex-governador Pedro Taques (PSDB) foi colega do ministro quando era membro do Ministério Público Federal e criticou o corporativismo, comparando o caso com o que ocorreu na Assembleia Legislativa na legislatura passada, em que os próprios parlamentares votaram a soltura de dois deputados detidos por suspeita de corrupção.
“Esta situação de deputado poder votar prisão de parlamentar. É a mesma coisa que vejo em relação ao Ministério Público, esta autodefesa criada. Ela nem sempre favorece aquele que quer fazer um trabalho diferente. Acho que prejudica muito aquele que quer fazer um trabalho com seriedade e imparcial dentro do ministério Público. Eu torci tanto para isso cair da Assembleia lá na justiça, porque imagina você ter que votar para um colega seu ficar preso ou sair. Acho isso horrível, gostaria de nunca mais passar por uma situação dessa”, finalizou.