O deputado estadual Xuxu Dal Molin (PSC) defendeu na última quarta-feira (28), durante sessão da Comissão de Fiscalização e Acompanhamento da Execução Orçamentária da Assembleia Legislativa, o reajuste do salários dos secretários e secretários adjuntos do governo do Estado.
Ele chamou a atenção para a responsabilidade dos auxiliares do governador, que muitas vezes “tocam” orçamentos que variam de R$ 2 bilhões a R$ 3 bilhões, e recebem um valor considerado baixo diante da responsabilidade. "O salário dos secretários é R$ 13 mil líquido. Pouco pela responsabilidade que têm", avaliou.
O salário bruto que um adjunto recebe hoje no Executivo é de R$ 9.375,00, correspondente ao cargo comissionado DGA 2. “É uma hipocrisia [o baixo salário], diante de tamanha responsabilidade. Tem que se fazer justiça. Tem funcionário no estado que ganha R$ 40 mil ou R$ 50 mil por mês e tem folga no fim de semana. Os secretários têm responsabilidade gigante e um salário bem menor”, comparou o deputado.
COMPLEMENTAÇÃO
O "baixo salário" dos secretários foi citado pelo empresário Alan Malouf em sua delação premiada junto a Procuradoria Geral da República (PGR) no âmbito da Operação Rêmora. Ele revelou que, na gestão de Pedro Taques (PSDB), Paulo Brustolin, ex-chefe da Sefaz; Júlio Modesto, ex-secretário de Gestão e da Casa Civil; e Permínio Pinto, ex-secretário de Educação, recebiam uma "complementação salarial".
Segundo Alan Malouf, Paulo Brustolin recebia complementação de R$ 80 mil e Júlio Modesto tinha R$ 25 mil "por fora". Já Permínio Pinto fez um acordo para receber R$ 30 mil, entre o salário oficial e o "por fora". Malouf contou que, diante do baixo salário, poucos nomes se interessaram em deixar a iniciativa privada para prestar serviços de tamanha relevância ao Estado.
O empresário falou na delação que este complemento salarial era pago por um grupo de empresários, que já havia colaborado com um esquema de "caixa 2" na campanha de Pedro Taques, em 2014.