Cerca de 20 profissionais da Educação da rede estadual de Mato Grosso, em greve desde 27 de maio, amanheceram nesta segunda-feira (22.07) "acorrentados" em frente do Palácio Paiaguás, sede do governo estadual. O objetivo foi protestar contra a falta de negociação para cumprimento da Lei 510/2013, que prevê reajuste de 7,69% neste ano, e contra o corte de ponto da categoria.
A categoria lembra que "o direito conquistado pelos trabalhadores da educação em 2013 faz a correção do poder de compra dos salários historicamente achatados". Na época recebia o menor salário, nível médio, pago pelo executivo. A Lei 510 faz a correção anual dos valores, até 2023, e com isso conquista a equiparação salarial com as demais carreiras do executivo. “Não aceitaremos o calote”, reafirmou o presidente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep-MT), Valdeir Pereira.
A greve entra na 9ª semana e se intensificam os protestos em todo o estado. Por deliberação em Assembleia Geral, os educadores realizam pedágios e ações para arrecadar recursos para comprar cestas básicas para os grevistas, que estão sem conseguir comprar mantimentos básicos.
Na manhã desta segunda (22), outro grupo de profissionais realizam brechó da solidariedade e pedágio, na região central de Várzea Grande. Na oportunidade, anunciavam pelo microfone do carro de som, o motivo de estarem no meio do canteiro central, da avenida Filinto Muller, realizando o bazar. “A truculência do governo Mauro Mendes, ao cortar salários, por estarmos reivindicando direitos, nos faz vir as ruas pedir a colaboração da população”, esclarecia o dirigente do Sindicato dos Trabalhadores no Ensino Público de Mato Grosso (Sintep/MT), Gilmar Soares.
Para esta semana (22 a 26.07), os profissionais esperam avançar nas negociações com a mediação feita pelo Ministério Público de Mato Grosso. Na última sexta-feira (18.07), os dirigentes foram chamados pelo promotor Miguel Slhessarenko, da 8ª vara de Justiça da Cidadania de Cuiabá, para esclarecer os motivos da permanência da greve na rede estadual.
Na oportunidade, foram destaque o impasse criado pelo governo, equívocos financeiros justificados pela gestão estadual, e a intransigência em aceitar até mesmo a proposta da Assembleia Legislativa, fechando possibilidades para o fim da greve. O promotor se comprometeu a estudar uma proposta para ser apreciada pela partes, até amanhã, 23.07 (terça-feira).