Um dos fundadores do Democratas em Mato Grosso, o ex-senador Júlio Campos afirmou que os membros mais antigos do partido avaliam se vão continuar ou deixar a sigla após a fusão com o PSL para a criação do União Brasil. Segundo ele, o cenário está sendo estudado não apenas por ele, mas por quem integra o “DEM de raiz”.
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A declaração foi dada após reunião dele com o irmão, o senador Jayme Campos, e o deputado Dilmar Dal’Bosco, na última sexta-feira (05).
“Foi uma preliminar no sentido de como vamos organizar, se o grupo todo vai ficar unido em torno do União Brasil, ou se cada um está liberado para sair. Porque aqui é o DEM de raiz que está conversando”, disse.
“Porque tem o DEM novo e o DEM de raiz. Estamos vendo se cada um vai ser liberado para fazer novos rumos, nova política, ou se vamos continuar todos juntos nesse projeto”, explicou.
Júlio não tem escondido a sua insatisfação com a forma como a fusão entre o DEM e o PSL ocorreu em todo o País.
Inicialmente candidato a uma cadeira na Assembleia Legislativa em 2022, hoje ele diz que nem mesmo sabe se vai tocar o projeto em frente, principalmente em razão do “inchaço” de candidatos da sigla – inclusive aqueles que devem sair à reeleição.
O ex-senador nega que esteja zangado, mas afirmou que procurou o presidente nacional do DEM, ACM Neto, e deixou claro o seu descontentamento com a imposição da fusão de cima para baixo, da forma como ocorreu, apontando uma possível desorganização da legenda.
“Expus ao presidente ACM Neto o meu descontentamento quanto à maneira como foi conduzida essa fusão, sem consulta às bases, às grandes lideranças, aos fundadores do partido”, criticou.
“Eu acho que o partido quando é organizado, há certa união, composição. E lamentavelmente, a decisão partiu de Brasília e agora as bases têm que aceitar ou, se não, procurar novos rumos”, completou.
Pedido de desculpas
Segundo Júlio, ACM Neto pediu desculpas a ele e reconheceu que a fusão ocorreu de maneira “realmente apressada”, mas justificou que foi necessário em razão da proximidade da eleição para o Governo Federal e a vontade do grupo de ter um nome de peso para enfrentar o presidente Jair Bolsonaro (sem partido) e o ex-presidente Lula (PT) no ano que vem.
“É uma composição que irá somar um grande recurso financeiro de fundo partidário e garantir outras vantagens, como tempo de TV, para o processo eleitoral de 2022. Porque é um pensamento desse grupo lançar um candidato para compor a terceira via na sucessão presidencial de 2022”, explicou.