Tido como um dos políticos mais experientes de Mato Grosso, o ex-governador e ex-senador Júlio Campos declarou que teme o esvaziamento do DEM em Mato Grosso por conta da fusão do partido com o PSL, que vai culminar na criação do União Brasil, ainda pendente de oficialização perante o TSE (Tribunal Superior Eleitoral).
Quer ficar bem informado em tempo real? Entre no nosso grupo e receba todas as noticias (ACESSE AQUI).
Na avaliação de Júlio Campos, o União Brasil é resultado de ações isoladas do ex-prefeito de Salvador, Antônio Carlos Magalhães Neto, o ACM Neto, e o presidente do PSL, Luciano Bivar. Por conta da falta de diálogo com as executivas estaduais, acredita que a fusão não será muito bem aceita, com muitos deputados estaduais e federais migrando para o Partido Liberal (PL) por conta da adesão ao partido do presidente da República, Jair Bolsonaro.
"Houve uma falta de respeito da direção nacional. Eu assinei a fundação da Arena, PDS, PFL e DEM e não fui consultado. Só tomei conhecimento da fusão pela imprensa. Foi uma atitude isolada do ACM Neto com o Luciano Bivar", disse.
Por conta dessa situação, o ex-governador, que planejava disputar uma vaga na Assembleia Legislativa, cogita ficar fora da disputa no próximo ano,
Em tom de indignação, Campos ainda declarou que não há interesse de fortalecimento político partidário na fusão DEM-PSL. "É só interesse financeiro", disse.
Sem chapa proporcional
Júlio Campos ainda avalia que a falta de diálogo vai travar a expansão do União Brasil nos Estados, dificultando a formação de chapas para candidatos a Assembleia Legislativa e Câmara dos Deputados. Segundo ele, a legenda está atrás nas discussões para formação das chapas proporcionais.
"Em Mato Grosso, nenhum deputado estadual do PSL aceita a fusão. O PP, PSD e MDB tem chapa completa para deputado estadual e federal e o DEM não tem nada formado. Nós só continuaremos com Dilmar Dal Bosco e Botelho. E isso não é exclusividade de Mato Grosso, se repete em diversos Estados", disse.
Eleição presidencial
Júlio Campos também avaliou o cenário para a presidência da República e avalia que o ex-juiz federal Sérgio Moro, recém filiado ao Podemos, pode surpreender na disputa. Ao mesmo tempo, avalia que Bolsonaro não está derrotado.
"Bolsonaro é o político mais forte em Mato Grosso. Se você quiser apanhar na rua em Poconé é só falar mal do presidente. No Nortão é quase imbatível. O PL que é um partido nanico vai se tornar forte e vai tirar proveito da insatisfação do DEM com o PSL. O Sérgio Moro também é um nome fortíssimo. Enfraquece o Ciro Gomes e atrai o voto do jovem eleitorado".
Com relação à candidatura do ex-presidente Lula, Júlio Campos diz ser uma vergonha a candidatura do petista após tantos escândalos de corrupçãoi protagonizados na era Lula-Dilma. "O retorno do PT à Presidência da República é um horror. É uma desmoralização total à Justiça permitir a candidatura deste sujeito", concluiu.