A Polícia Civil está a procura de Marcelo Ledra Garcia, apontado como o líder do esquema criminoso de sonegação de impostos na venda de “bebidas quentes” (cachaças, pingas, vinhos, uísques e outros) no Estado. Outras 10 pessoas já foram presas durante a “Operação Liber Parter”deflagrada nesta sexta-feira (23) pela Delegacia Fazendária.
Já se encontram detidos Ademir da Silva Gonçalves; Leandro Freitas Curvo; Silvan Curvo; Marcio Jacinto de Jesus; Galyton Batista Costa; Diego Bittar; Isabel Cristina da Costa; Marcelo Henrique Cini; Tarcilo Soares de Almeida e Alexandre Mario dos Santos Filho.
O grupo é suspeito de sonegar R$ 4 milhões em ICMS e faturar cerca de R$ 14 milhões provenientes das fraudes. Eles são acusados de organização criminosa, falsidade ideológica e crimes contra a ordem tributária.
As fraudes foram descobertas por meio do serviço de inteligência da Secretaria de Fazenda do Estado. O secretário de Fazenda, Rogério Gallo, contou como os servidores levantaram a suspeita de que o Estado estaria sendo lesado através deste grupo.
“Contribuintes tem receita alta no cartão de crédito e movimentação bancária, mas não tem uma entrada proporcional de mercadorias no Estado. Com isso, solicitamos a parceria com a Delegacia Fazendária e chegamos a este esquema”, relatou.
A partir desta suspeita, a Delegacia Fazendária passou a monitorar a ação deste segmento. E chegou a diversas empresas que existiam apenas no papel, que foram criadas com intuito de sonegar impostos. “Criaram diversas empresas fantasmas e a partir daí promovia a entrada de bebidas quentes sem o pagamento de tributos. Uma vez que estas bebidas estavam nos depósitos, eles faziam a distribuição no mercado interno, aqui no Estado, através de notas fiscais de outras empresas de fachada ou até mesmo sem notas”, colocou o delegado Sylvio do Vale Junior.
Com base no cruzamento de dados, o Governo já identificou a sonegação de mais de R$ 3,7 milhões. Porém, tanto a Delegacia Fazendária quanto a Secretaria de Fazenda, estimam que o prejuízo aos cofres públicos pode ser ainda maior. “É só a primeira fase. Tenho certeza que pelas informações que estão sendo coletadas durante as buscas e apreensões aqui em Cuiabá, Varzea Grande, no interior e no alvo da operação no Tocantins, vamos conseguir chegar a muitos participantes e esse volume de sonegação pode aumentar bastante”, assinalou Gallo.
Além deste cruzamento de dados, a investigação pode chegar ao comércio. “Será penalizado na forma da legislação tributária e não é menos severa que crimes como receptação”, assinalou o delegado Anderson Veiga.
Veiga admitiu que as investigações devem ser ampliadas a outros setores. “Não só segmento de bebidas, mas outros também serão investigados”, finalizou.
Veja todos os alvos:
Marcelo Ledra Garcia
Ademir da Silva Gonçalves
Leandro Freitas Curvo
Silvan Curvo
Marcio Jacinto de Jesus
Galyton Batista Costa
Diego Bittar
Isabel Cristina da Costa
Marcelo Henrique Cini
Tarcilo Soares de Almeida
Alexandre Mario dos Santos Filho