Pessoas, entidades ou empresas que se destacarem no estudo, pesquisa, valorização, divulgação, conservação e defesa do meio ambiente serão homenageadas pelo Poder Legislativo através da concessão da “Medalha do Mérito Ambiental Manoel de Barros”.
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A proposta foi apresentada hoje (6) pelo deputado Carlos Avallone (PSDB), acrescentando esta nova modalidade à Resolução n.º 6.597 de 2019, que dispõe sobre as honrarias instituídas pela Assembleia Legislativa de Mato Grosso. Os projetos de resolução para a concessão da medalha serão analisados pela Comissão de Meio Ambiente, a partir dos critérios estabelecidos: responsabilidade ambiental, gestão sustentável e inovação ambiental.
Em sua justificativa, Avallone lembra que a defesa do meio ambiente é um tema que interessa a toda a sociedade, especialmente neste período de crise hídrica que Mato Grosso e o país vivem. Por isso, todas as iniciativas que contribuem para a defesa dos nossos três ecossistemas (pantanal, cerrado e floresta) devem ser valorizadas e estimuladas.
Ele destacou, por exemplo, o trabalho que vem sendo feito para prevenir e combater os incêndios que destruíram o pantanal no ano passado e foram reduzidos em 90% este ano. “Desta vez há um trabalho eficiente de prevenção e enfrentamento ao fogo, reunindo o Corpo de Bombeiros, brigadistas, Sema, Defesa Civil, produtores pantaneiros, entidades ambientais, prefeituras, câmaras municipais e a Assembleia Legislativa através da Comissão de Meio Ambiente, que tenho a honra de presidir”.
Outras ações relevantes no plano individual, coletivo ou empresarial como o reuso de água da chuva, coleta seletiva de lixo, descarte correto de óleo de cozinha, uso de transporte coletivo ou bicicleta, e o consumo de produtos com certificação ambiental de empresas que respeitem o meio ambiente em seus processos produtivos, são referenciais de compromisso com a preservação ambiental.
Poeta do pantanal
Segundo Avallone, a escolha de Manoel de Barros como patrono da honraria se deve à contribuição inestimável dada pelo poeta à valorização do nosso maior patrimônio ambiental, o pantanal mato-grossense, que cantou de forma totalmente inovadora na forma e no conteúdo.
Manoel Wenceslau Leite de Barros nasceu em 19 de dezembro de 1916, em Cuiabá, filho de João Venceslau de Barros e Alice Pompeu Leite de Barros. Foi casado com Stella Barros, é pai de três filhos e nos deixou em 2014. Integrou, cronologicamente, a geração de poetas da década de 40, mas formalmente figura no pós-modernismo brasileiro, se situando mais próximo das vanguardas europeias do início do século, da poesia Pau-Brasil e da Antropofagia de Oswald de Andrade.
É o mais aclamado poeta brasileiro da contemporaneidade nos meios literários. Enquanto ainda escrevia, Carlos Drummond de Andrade recusou o epíteto de maior poeta vivo do Brasil em favor de Manoel de Barros.
Com uma linguagem simples, coloquial, vanguardista e poética, Manoel de Barros escreveu sobre temas como o cotidiano e especialmente a natureza. Ficou conhecido mundialmente como o poeta que contou em versos o Pantanal, pelo qual tinha uma verdadeira paixão.
Critérios para concessão
Três grandes temas devem ser considerados para a concessão da medalha: responsabilidade ambiental, gestão sustentável e inovação ambiental.
Responsabilidade ambiental é um conjunto de atitudes individuais ou empresarias, voltadas para o desenvolvimento sustentável do planeta. Ou seja, estas atitudes devem levar em conta o crescimento econômico ajustado à proteção do meio ambiente na atualidade e para as gerações futuras, garantindo a sustentabilidade.
Já a gestão sustentável refere-se à sustentabilidade, um conceito em alta em negócios dos mais diversos portes em todo o mundo. Isso se dá não apenas por conta da necessidade de proteger o meio ambiente por meio do uso consciente de recursos, mas também por ser uma vantagem competitiva, pois gera novas oportunidades de negócio e crescimento, enquanto o meio ambiente, a sociedade e a própria economia saem ganhando.
A gestão sustentável é a união entre negócios e sustentabilidade. Trata-se de uma estratégia de gerenciamento em que a empresa avalia o impacto de suas ações do ponto de vista financeiro, social e ambiental.
E finalmente a inovação ambiental ou “ecoinovação”, que é qualquer forma de inovação que objetiva progresso em direção à meta do desenvolvimento sustentável, por meio da redução de impactos no meio ambiente ou da obtenção de um uso eficiente e responsável dos recursos naturais, incluindo a energia.
É também a criação de preços competitivos, bens, processos, sistemas, serviços e procedimentos projetados para satisfazer as necessidades humanas e proporcionar uma melhor qualidade de vida para todos, com um uso mínimo do ciclo de vida dos recursos naturais por unidade de produção e uma liberação mínima de substâncias poluentes.
Inovação sustentável como um processo em que considerações de sustentabilidade ambiental são integradas à empresa, desde a pesquisa, desenvolvimento e comercialização. Isso se aplica a produtos, serviços e tecnologias, bem como novos modelos de negócios e organização.
Esses três pressupostos são fundamentais e vão nortear a análise dos currículos dos homenageados, considerando suas ações, projetos e inovações em benefício do meio ambiente.