O governador Mauro Mendes (DEM) criticou a possibilidade de o presidente da Associação Mato-grossense dos Municípios, Neurilan Fraga (PL), assumir o quarto mandato consecutivo à frente da entidade.
A eleição na AMM ocorre nesta terça-feira (15), após Neurilan conseguir autorização da Justiça para dar seguimento ao pleito. Ele enfrenta o atual prefeito de Água Boa, Mauro Rosa (PSD).
Sem citar nomes, Mendes afirmou ser contra reeleições infinitas em qualquer entidade.
“Acho que ninguém pode se perpetuar no poder em nenhuma entidade. Isso é ruim", afirmou Mendes em conversa com a imprensa.
"Esse negócio de três mandatos, quatro mandatos, cinco mandatos, não é bom para a democracia brasileira, seja instituição pública ou privada”, acrescentou.
Mendes relembrou sua passagem única pela presidência da Federação das Indústrias de Mato Grosso (Fiemt) e como prefeito de Cuiabá.
“Cumpri meu mandato e fui embora. E um dia, com certeza, cumprirei meu mandato aqui [como governador], seja um ou dois, porque a lei me permite, e vou embora para casa. Não vou ficar tentando me perpetuar. Em tese, como conceito, sempre fui contra essa situação”, criticou.
Sem interferência
Apesar da crítica, Mendes afirmou que não irá interferir na eleição da AMM. Ele salientou que, apesar de ter recebido visita do candidato Mauro Rosa no Palácio Paiaguás, não manifestou apoio a nenhum dos dois concorrentes.
“Não vou interferir na eleição da AMM”, resumiu.
Eleição sob litígio
A eleição da AMM está sendo alvo de discussão judicial. O prefeito eleito de Campo Verde, Alexandre Lopes (PDT), acionou a Justiça alegando que, caso a eleição fosse realizada agora, os novos prefeitos eleitos – cujos mandatos se iniciam no dia 1º de janeiro – não poderiam participar.
A liminar, concedida em Primeiro Grau pelo juiz Onivaldo Budny, da 1ª Vara da Fazenda Pública de Cuiabá, foi derrubada pela desembargadora Helena Maria Bezerra Ramos, relatora do recurso da AMM na Primeira Câmara de Direito Público e Coletivo do Tribunal de Justiça de Mato Grosso.