A vereadora eleita Michelly Alencar (DEM) classificou como "símbolo da corrupção" o prefeito de Cuiabá, Emanuel Pinheiro (MDB), que tenta a reeleição. Ela afirmou que não seria "digno" apoiar a candidatura dele.
Em live do MidiaNews, na segunda-feira (23), a vereadora eleita citou o caso do paletó, mas afirmou que este era só um exemplo.
Michelly, que é jornalista, foi eleita no último dia 15 de novembro com 2.841 votos.
“Não seria digno, não seria natural. Seria contra tudo aquilo que acredito se apoiasse, hoje, o Emanuel Pinheiro. Porque, para mim, ele é e continua sendo o símbolo da corrupção, da mentira”, afirmou.
“Não quero ter que me associar com alguém que vai tirar nota fiscal de medicamentos [para Covid] em um sexy shop. Isso é só um exemplo. E nem preciso citar o caso do paletó, porque todo mundo obviamente sabe disso”, acrescentou.

Não quero ter que me associar com alguém que vai tirar nota fiscal de medicamentos [para Covid] em um sexy shop
Michelly também criticou a propaganda eleitoral do prefeito que, segundo ela, mostra uma cidade diferente da realidade.
“No horário eleitoral, vejo uma cidade linda, com obras maravilhosas. E quando tive a experiência de visitar os bairros, durante a minha campanha, é uma cidade completamente diferente", afirmou.
Apoio a Abílio
Michelly disse que seu apoio ao candidato Abílio Junior (Podemos) foi definido depois de uma conversa franca com ele, uma vez que havia pontos divergentes de pensamento.
Ela citou o fato do machismo, amplamente divulgado pela candidata derrotada Gisela Simona (Pros), que hoje o apoia. Em um debate do primeiro turno, Abílio afirmou que a ex-chefe do Procon “era uma boa candidata, mesmo sendo mulher”.
“Antes de tomar essa decisão, tive uma conversa com ele. E o que me impedia de acreditar nele foi essa questão das mulheres. Porque quero representá-las. E sou representante das mulheres. Não quero ter um prefeito machista, não quero um prefeito que vai desconsiderar que essa representatividade hoje é importantíssima. Ela é real e precisa ser respeitada”, disse.
As pessoas erram. A campanha dele mudou de tom e ele se arrependeu
“Então, exatamente por pensar dessa forma, quando ele me procurou, falei: ‘Vamos conversar, quero te ouvir’. Porque me senti ofendida naquela fala dele para a Gisela, pois sou candidata e sou mulher”, disse.
Michelly afirmou que Abílio mudou o tom da campanha e se arrependeu das declarações dadas no primeiro turno.
“Fiz vários questionamentos a ele, sobre o empoderamento feminino, a Secretaria da Mulher, sobre a cultura e lazer. E fui entendendo todo o processo. E, por fim, fiz uma leitura de que aquilo que sou contra, que é a corrupção, e aquilo que defendo, que é a representatividade feminina, culminou para o apoio ao Abílio”, afirmou.
“As pessoas erram, mas tem que ter a disposição de reconhecer o erro e tentar mudar. A campanha dele mudou de tom e ele se arrependeu. Tanto que ele não vai mais extinguir a Secretaria da Mulher. Pelo contrário, vai dar poderes para que mulheres tenham essa gestão da Secretaria. Ele fez esse compromisso comigo e com a Gisela”, completou.