O senador Jayme Campos (DEM) comentou, nesta quinta-feira (18), sobre as revelações feitas pelo cabo PM Gerson Corrêa e os coronéis Zaqueu Barbosa e Evandro Lesco, na última quarta-feira (17), em audiência da ‘grampolândia pantaneira. Para o parlamentar, a prática foi uma invasão de privacidade que não existiu nem no tempo de ditadura militar.
“Este é um assunto que está na mão da Justiça. Quem tiver culpa no cartório, vai ter que pagar. Isto não existe. É invasão da sua privacidade”, declarou o senador, que estava presente na visita do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), que cumpria agenda no Tribunal de Justiça de Mato Grosso (TJMT), nesta quarta-feira.
Jayme ainda acrescentou que “nem no regime da ditadura existia esta prática. É muito ruim para o Brasil e Mato Grosso. Temos de extinguir esta prática que se aconteceu no passado”, finalizou o senador.
Em seus depoimentos, o cabo e os coronéis, apontaram o ex-governador Pedro Taques (PSDB) como o mentor do esquema dos grampos ilegais. Além disto, apontaram que eles tiveram início antes das eleições, já que a intenção do tucano seria grampear seus adversários políticos. A prática continuou depois que o político assumiu a cadeira no Palácio Paiaguás.
Entre os grampeados, segundo os depoimentos, estavam políticos, médicos, advogados, servidores e outros. A deputada Janaína Riva (MDB) foi um dos alvos de escutas ilegais. Além disto, também foi apontada a participação de membros do Ministério Público Estadual (MPE) no esquema.
O coronel reiterou que o Pedro Taques, além de financiar as escutas clandestinas, se utilizou das informações obtidas por meio dos telefones grampeados.
No processo corrente na Justiça Militar e conhecido como grampolândia pantaneira, são réus os coronéis Zaqueu Barbosa, Evandro Alexandre Ferraz Lesco, Ronelson Jorge de Barros, o tenente-coronel Januário Antônio Batista e o cabo Gerson Corrêa Júnior.
Reportagem do programa Fantástico, da Rede Globo, revelou na noite de 14 de maio de 2017 que a PM em Mato Grosso grampeou de maneira irregular uma lista com dezenas de pessoas que não eram investigadas por nenhum crime.
A matéria destacou como vítimas justamente a deputada estadual Janaína Riva, além do advogado José do Patrocínio e o jornalista José Marcondes Neto, conhecido como Muvuca.
O esquema de arapongagem já havia vazado na imprensa local após o início da apuração de Fantástico.
Veja AQUI e AQUI a íntegra dos depoimentos.