O vereador de oposição Tenente-coronel Marcos Paccola (Cidadania) avaliou que a Câmara de Cuiabá fica desmoralizada ao rejeitar a abertura de mais dois pedidos de investigação contra o prefeito Emanuel Pinheiro (MDB), ainda que tenha aumentado o número de favoráveis ao processo.
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Nesta terça-feira (30), foram dois pedidos “enterrados”, propostos pelos vereadores Dilemário Alencar (Podemos) e Edna Sampaio (PT).
“A Câmara fica desmoralizada, sem sombra de dúvidas. Infelizmente, mais uma vez, demonstra a não existência de independência entre Poderes, o que não é diferente de Parlamento de outros no Brasil”, disse.
Questionado se não via incoerência na rejeição do requerimento da petista, uma vez que era baseado no relatório final da Comissão Especial de Acompanhamento – cuja abertura foi aprovada por unanimidade na Casa –, ele concordou.
“Até brinquei com a Edna, que se tivesse uma 'prova rápida', como era o caso das provas surpresas nas escolas, e perguntasse para os vereadores o que estava no pedido, tenho certeza que pouquíssimos desses que votaram contrários à comissão tiveram sequer o respeito e trabalho de ler”, disse.
Paccola citou que o pedido elaborado pela Comissão Especial aponta vários indícios de improbidade e não apenas o processo relacionado às contratações irregulares na Secretaria de Saúde de Cuiabá para formação de “canhão político” de Emanuel – acusação que resultou em seu afastamento por quase 40 dias do Palácio Alencastro.
Segundo o vereador, há pressão da sociedade para a abertura de uma comissão processante contra Emanuel e a resistência dos vereadores que compõem o “núcleo duro” de apoio ao prefeito não tem fundamento.
O grupo, na visão de Paccola, age como se a votação já fosse pela cassação do mandato do prefeito, o que o parlamentar nem mesmo acredita ser possível.
“Não tem motivo para não instaurar a comissão processante. Não é a cassação do prefeito – o que eu não acredito que aconteça nem mesmo com a comissão instaurada, porque precisa de 17 votos”, disse.
“Hoje ele tem 8 ou 9 vereadores aqui dentro que não abrem mão de todos os cargos e estrutura que têm disponíveis tanto para se manterem como vereadores quanto para serem eleitos deputados ou outras candidaturas”, completou.