Pais e alunos da Escola Estadual Souza Bandeira, localizada no Coxipó, em Cuiabá, estão realizando mobilizações na porta da unidade desde a última sexta-feira (2), como forma de sensibilizar os professores a retornarem as salas de aula.
Os profissionais estão em greve desde o dia 27 de maio e cobram, entre outros pontos, o cumprimento da lei da dobra do poder de compra (Lei 510/2013), que dá direito a 7,69% a mais anualmente na remuneração durante 10 anos.
Os pais estão comparecendo com os alunos à escola – sempre no período da tarde e da manhã – nos horários em que as aulas deveriam ser iniciadas.
A principal alegação é que o Tribunal de Justiça (TJ-MT) já declarou ilegal o movimento grevista, de forma com que os professores deveriam retomar as atividades nesta segunda (5).

Como dissemos no começo não somos contra as reivindicações dos professores (no abaixo assinado pede o atendimento a estas reivindicações), mas não somos a favor da greve, uma vez que ela está ferindo o direito de nossos filhos
Os pais já criaram também um grupo no aplicativo Whatsapp, por meio do qual estão organizando as manifestações.
Uma das bandeiras é: “Movimento Fim da Greve – Por uma educação de verdade, sem política e de qualidade”.
No grupo, a maior parte dos pais diz apoiar as reivindicações dos profissionais, mas defende a necessidade de retorno das aulas, sob pena de prejuízos ainda mais grave ao ano letivo das crianças.
“Estaremos coletando assinatura do abaixo-assinado. Como dissemos no começo, não somos contra as reivindicações dos professores (o abaixo-assinado pede o atendimento a estas reivindicações), mas não somos a favor da greve, uma vez que ela está ferindo o direito de nossos filhos”, escreveu Diana Durigon, uma das mães que integra o grupo.
“Uma carta ao governador será elaborada pedindo atenção às promessas da campanha referente à educação”, acrescentou ela.
Afastamento de grevistas
Em entrevista concedida na manhã desta segunda-feira (5), o governador Mauro Mendes (DEM) afirmou que após 30 dias que a Justiça declarou a greve dos professores como “ilegal”, o Executivo tem a prerrogativa de começar a afastar os grevistas e nomear novos contratados.
Segundo ele, a medida é uma forma de garantir que os alunos tenham aulas em todo o Estado.
“Depois de 30 dias declarada ilegal a greve, podemos abrir PAD [Processo Administrativo Disciplinar], afastar esses professores e chamar contratados, fazer novos chamamentos e colocar no lugar. Porque temos a obrigação de garantir o direito dos alunos a ter acesso ao ano letivo”, disse o governador.