O vereador Rafael Ranalli (PL) recebeu em seu gabinete duas turmas do 2º ano do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Mato Grosso (IFMT), campus Coronel Octayde Jorge da Silva, que estão desenvolvendo um trabalho escolar sobre a redução da maioridade penal para 16 anos, políticas públicas voltadas ao enfrentamento da violência juvenil e o sistema de cotas.
Durante a conversa, Ranalli defendeu que o Brasil precisa amadurecer o debate sobre a responsabilização penal de adolescentes, especialmente nos casos de crimes graves. Segundo ele, o atual sistema socioeducativo é frágil e não oferece respostas eficazes nem para os jovens, nem para a sociedade.
“A gente vê muitos traficantes usando menores de 16 a 18 anos porque sabem que a legislação não permite uma responsabilização real. Isso precisa mudar”, afirmou.
O vereador ressaltou que, embora reconheça a inteligência e capacidade dos jovens, considera que a legislação precisa acompanhar a realidade.
“Muitas vezes o jovem tem consciência do que está fazendo. Em outros países, como alguns estados norte-americanos, o que determina a responsabilização é a gravidade do crime, não só a idade”, destacou.
Aos alunos, Ranalli também compartilhou sua preocupação com o aumento da gravidez precoce, que, segundo ele, está associada à falta de orientação e à ausência de políticas públicas mais estruturadas. Ele mencionou um projeto de sua autoria voltado à conscientização em postos de saúde e escolas sobre os riscos da gestação na adolescência.
“Não se trata apenas de distribuir preservativos. É preciso garantir acesso a métodos contraceptivos mais eficazes, como o DIU e implantes hormonais, principalmente para meninas em situação de vulnerabilidade”, explicou.
Ao comentar a cultura digital atual, o parlamentar afirmou que há um estímulo precoce à sexualização, especialmente por meio das redes sociais, o que, em sua visão, dificulta a formação de consciência sobre as responsabilidades da vida adulta.
“A gente precisa ajudar esses jovens a entenderem que há tempo para tudo. Primeiro é preciso investir em educação, depois vem o tempo da diversão”, aconselhou.
Ranalli também compartilhou experiências pessoais com os estudantes e defendeu mais investimentos em educação, esporte e ações preventivas para reduzir a violência e oferecer novas perspectivas à juventude.
“O enfrentamento da violência não deve ser apenas repressivo. Precisamos construir caminhos para que o jovem tenha outras opções. É assim que se transforma a sociedade”, concluiu.