O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta terça-feira (3/6) que a Suprema Corte brasileira e o ministro Alexandre de Moraes devem ser respeitados e que é “inadmissível” que um presidente de qualquer país dê palpite sobre a decisão da Suprema Corte de outra nação.
"Os Estados Unidos precisam apenas compreender que respeito à integridade das instituições de outros países é muito importante. É muito importante. Porque nós achamos que um país não pode ficar se intrometendo na vida do outro, querendo punir um outro País”, disse Lula em resposta a pergunta de jornalista sobre a possibilidade dos Estados Unidos impor sanções ao ministro Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes.
Um ofício emitido nos últimos dias pelo Departamento do Justiça americano faz críticas a decisões judiciais de Moraes que resultaram no bloqueio de redes sociais americanas no Brasil. Uma mudança de regra de vistos nos Estados Unidos também pode restringir a entrada de Moraes no país.
“Por enquanto, o que nós temos é fala de pessoas, mas pode ficar certo que o Brasil vai defender não só o seu ministro, mas defender a Suprema Corte. O que é lamentável é que um deputado brasileiro, filho do ex-presidente, está lá a convocar os Estados Unidos para se meter na política interna do Brasil. É isso que é grave. É isso que é uma prática terrorista. É isso que é uma prática antipatriótica”, disse Lula se referindo ao deputado federal licenciado, Eduardo Bolsonaro.
O presidente Lula afirmou que a convivência democrática é a única alternativa saudável para que a sociedade viva em paz. “E isso exige que a gente respeite as decisões”.
Sobre a taxação imposta a produtos brasileiros exportados para os Estados Unidos, Lula disse que a orientação é primeiro esgotar todas as possibilidades de negociação.“Se não houver um acordo, nós vamos entrar na Organização Mundial do Comércio ou vamos tomar uma decisão de ter uma reciprocidade”.