16 de Maio de 2025

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SAÚDE Segunda-feira, 16 de Setembro de 2019, 09:49 - A | A

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NOS ÚLTIMOS DOIS ANOS

741 casos de Aids foram diagnosticados em Cuiabá e Várzea Grande

Redação
Noticia Max

Pelo menos 741 novos casos de Síndrome da Imunodeficiência Adquirida (Aids) foram diagnosticados nos últimos dois anos em Cuiabá e Várzea Grande. De acordo com dados da Secretaria de Estado de Saúde de Mato Grosso (SES-MT), o número de Aids em 2017 foi de 29. Já em 2018, o número subiu para 57. Em Várzea Grande, os registros da doença chegaram a 354 casos em 2017. Em 2018, a cidade registrou 301 casos.

 

Com relação ao número de HIV na Capital, é de 354 em 2017. Em 2018, o número caiu para 301. Em Várzea Grande, foram registrados 23 casos do vírus e, em 2018, os casos subiram para 28.

 

Em dados gerais, Mato Grosso registrou em 2017 um total 454 casos de Aids. Em 2018, esse número foi de 371. Já HIV, teve 921 registros no Estado em 2017. Em 2018, foram 851 registros.

 

De acordo com o médico Marcelo Sandrin, a especificação na quantificação dos casos pela Secretaria no Estado é por conta da diferença da Aids para o HIV. O que acontece é que muitas pessoas ou até mesmo os portadores do vírus acabam incluindo as duas nomenclaturas em uma doença apenas. Mas para que o estágio não avance é importante entender que o HIV é uma infecção estigmatizada e, por isso, muitas pessoas têm receio de fazer o exame. Porém, é fundamental para que a infecção seja descoberta o quanto antes e o tratamento ser iniciado, já que ter HIV não é o mesmo que ter Aids.

 

“HIV é uma IST, ou seja, uma infecção sexualmente transmissível. Sendo assim, a principal forma de contágio é a via sexual. Essas infecções são causadas por micro-organismos como fungos, bactérias e vírus. No caso do HIV, a infecção é causada por um vírus denominado vírus da imunodeficiência humana. No entanto, existem dois tipos de vírus causadores da infecção, o HIV-1 e o HIV2. No caso, parte dos casos das epidemias Aids é causada pelo HIV-1. A infecção HIV-2 é endêmica em países da África Ocidental. O importante a esclarecer é que uma pessoa após ser infectada pelo vírus HIV pode permanecer muitos anos sem desenvolver nenhum sintoma. Nesse caso, o portador vive com o HIV. A Aids é o estágio mais avançado da infecção pelo HIV e surge quando a pessoa apresenta infecções oportunistas (que se aproveitam da fraqueza do organismo, como tuberculose e pneumonia) devido à baixa imunidade que o vírus deixa”, explicou.

 

Segundo Sandrin, embora não exista uma cura para infecção, os tratamentos indicados são fundamentais para a melhoria da qualidade de vida das pessoas que vivem com o vírus, sem contar que pode evitar que a pessoa desenvolva a síndrome. Porém, o básico é prevenir a contaminação do vírus.

 

Conforme a Secretaria, o Ministério da Saúde garante a distribuição de preservativos ao Estado e aos municípios em torno de 1.000.000 (um milhão) por mês. Contudo, o médico alerta que nem 30% das pessoas que tem vida ativa sexual usam a proteção por achar desconfortável, po vergonha ou no momento sem “devida consciência”, por ter ingerido alguma droga ou bebida alcoólica.

 

TRATAMENTO

Após a contaminação, o tratamento é disponível no Sistema Único de Saúde (SUS) e em Mato Grosso nos Serviços de Assistência Especializada (SAE). Mato Grosso atualmente possui 22 SAE's distribuídos no estado.

 

Eles estão divididos em: Cuiabá (3), Várzea Grande (1), Diamantino (1), Barra do Garças (1), Cáceres (1), Rondonópolis (1), Tangará da Serra (1), Juara (1), Juina (1), Alta Floresta (1), Peixoto de Azevedo (1), Sinop (1), Sorriso (1),Querencia (1), Canarana (1), Primavera do Leste (1) Marcelândia (1) Itiquira (1) Colider (1) e Confresa (1). Está em processo de implantação SAE's em Nova Mutum e Água Boa.

 

TRANSMISSÃO DO VÍRUS

No dia 29 de agosto, a Polícia Civil em trabalho investigativo da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher de Cuiabá, cumpriu quatro mandados de prisão preventiva contra um homem de 32 anos que transmitiu HIV (Síndrome da imunodeficiência adquirida) conscientemente para quatro mulheres com quem se relacionou por vários anos.

 

O suspeito Haroldo Duarte da Silveira, 32 anos, estava fora do Estado e foi preso em Cuiabá. Ele foi indiciado por quatro tentativas de feminicídio e confessou a existência de uma quinta vítima, que deve ser ainda procurada pela delegacia.

 

Ao Notícia Max a delegada da Delegacia Especializada de Defesa da Mulher, Nubya Beatriz Gomes dos Reis, contou que as investigações começaram no mês de maio, mês em que duas vítimas procuraram a delegacia.

 

Depois disso, a partir de investigações, outras duas vítimas foram diagnosticadas. O suspeito se envolvia amorosamente com elas, ganhava a confiança das vítimas até que se relacionavam sem qualquer tipo de proteção, ocasião em que ocorria a transmissão. 

 

Uma das vítimas informou que foi ameaçada. Somente uma das vítimas não pediu medidas protetivas, as demais solicitaram. Hoje são seis vítimas, a sexta apareceu após a prisão do suspeito. 

 

Durante o interrogatório, Haroldo expressou poucos sentimentos, alegou que acreditava que não transmitiria o vírus, mesmo tendo a certeza que seria portador.

 

 “Ele foi indiciado em todos os inquéritos  por feminicídio tentado, pois a partir dos elementos de informações que tenho nos autos entendi que ele assumiu o risco de contaminar essas mulheres com vírus que se não diagnosticado e devidamente tratado poderia levá-las a morte, para isso fundamentei meu despacho com parte da doutrina brasileira. Porém, o Promotor de Justiça, dono da ação penal, pode entender de forma diversa”, pontuou.

 

Agora, 4 inquéritos serão finalizados e os demais, das novas vítimas,  serão encaminhados posteriormente.

 

Já sobre a possibilidade de investigações de casos parecidos com o de Haroldo que sabia do risco de contaminar as parceiras, a Polícia Civil afirmou que não tem registros com essa proporção de outros casos na Delegacia da Mulher de Cuiabá. 

 

 “Geralmente, esse tipo de caso corre em sigilo até que seja totalmente esclarecido ou mesmo para preservação das vítimas, para que não sejam identificadas. A divulgação compete a autoridade policial, naqueles casos em que há necessidade de alertar outras  possíveis vítimas, como foi este caso”, finalizou. 

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