A estudante Britney Freire, hoje com 16 anos, lembra-se bem de como era antes de entrar para a equipe de robótica da escola. Faltava-lhe foco. Aos doze anos, decidiu se inscrever no processo seletivo para o grupo, foi selecionada, e desde então tudo mudou, tanto que, no último mês de março, ela liderou uma equipe no ‘Torneio Sesi de Robótica’, que aconteceu no Rio de Janeiro e, no projeto ‘Fórmula 1 nas Escolas’ conseguiu oito patrocinadores, o prêmio de melhor participação feminina, e a apresentação ficou entre as três melhores do Brasil.
“Eu sempre tive muita dificuldade na escola, e até fui alfabetizada mais tarde, porque eu tenho transtorno de déficit de atenção”, lembra. “Eu fui diagnosticada, mas descobri isso recentemente. O médico tinha recomendado um remédio para mim, mas minha mãe preferiu não me dar, e me apoiou em todo esse projeto”.
Desde os doze anos, quando entrou na equipe de robótica, Britney já começou a fazer pesquisas científicas. “A gente tinha que construir e programar um robô para realizar diversas missões e desafios que o próprio torneio que nós iríamos participar pedia, e ainda tinha o trabalho em grupo. Participar dessa equipe me trouxe um amadurecimento incrível, tanto para as áreas de exatas, e eu acabei criando interesse”, lembra.
O primeiro torneio que a estudante participou foi em 2015. De duas etapas regionais, em Goiânia, em uma delas ela teve a oportunidade de passar para a nacional, onde representou Mato Grosso.
Em 2019, já em um projeto voltado somente para o Ensino Médio, ela liderou uma equipe no ‘Fórmula 1 nas Escolas’. “Nesse a gente tinha que abrir uma microempresa, gerenciá-la, criar planos de marketing para conseguir patrocinadores, desenvolver nossa miniatura de carro de Fórmula 1, desenvolver portfólios e trabalhos científicos e, ainda por cima, ter uma ação social. A gente foi representar Mato Grosso no Torneio Sesi de Robótica, que é o maior festival de robótica do Brasil, no Rio de Janeiro”.
Apesar do pouco tempo para concluir todas as tarefas – apenas 40 dias – a equipe de Britney conseguiu e se destacou. Para ela, tudo o que passou valeu pelo amadurecimento. “Eu me tornei uma aluna melhor em sala de aula, eu tiro notas muito boas, porque me ajudou a me dar um caminho na escola”, afirma. “Uma das coisas que eu aprendi na robótica, que eu trago até hoje, é que o que aprendemos é mais importante do que o que ganhamos. O conhecimento foi a chave para isso tudo”, comemora.
Na última quinta-feira (29), Britney participou do projeto ‘Jovens do Futuro’, da Secretaria de Estado de Ciência, Tecnologia e Inovação (Seciteci), e contou sua história de superação.