A 17ª Parada Parada pela Diversidade Sexual levou milhares de pessoas para as ruas do Centro de Cuiabá no último sábado (16). Com o tema “Resistência, Amor e Luta”, o evento, que vem tomando um tom mais político a cada ano, também se propôs a discutir o acesso ao mercado de trabalho por parte da população LGBT+s, à qual, graças ao preconceito e falta de oportunidade, é relegada a invisibilidade.
Em entrevista à Rádio Capital, nesta segunda-feira (18), Clóvis Arantes, vice-presidente do Conselho Municipal de Atenção à Diversidade Sexual de Cuiabá, uma das entidades organizadoras do evento, comemorou o alcance da Parada, que esse ano contou com cerca de 7 mil pessoas.
Para Arantes, esse espaço é uma importante oportunidade de reafirmar que, dada a devida oportunidade, a população LGBT+s pode ocupar qualquer cargo dentro do mercado de trabalho: “ainda temos que conviver com coisas do tipo ‘LGBT só pode ser cabeleireiro’, infelizmente. Por conta da orientação sexual, muitas pessoas são colocadas em segundo plano no mercado de trabalho. Nós fomos para as ruas para dizer que nós podemos estar em qualquer profissão”, afirmou.
Durante a entrevista, Clóvis Arantes, que também integra a ONG Livremente, de proteção aos direitos humanos minorias sexuais em Cuiabá, também pontuou o que considera ser um reforço por parte do presidente do Brasil, Jair Bolsonaro, a um cenário nacional de intolerância.
“O preconceito e a violência sempre existiram, mas a gente não pode negar que algumas falas do nosso presidente Bolsonaro tem estimulado a violência. O número de violências contra a população LGBT+s aumentou. As pessoas estão se sentindo autorizadas a xingar, a bater e a dizer que ‘veado’ não tem mais espaço. O mesmo para as mulheres lésbicas e as travestis, que são a população mais vulnerável”, apontou.