O setor de eventos foi o que mais sofreu com a pandemia e agora com fim dos decretos restritivos houve a retomada da realização de eventos, o que é positivo, porém a dificuldade continua já que a mão de obra no setor está escassa.
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De acordo com a presidente do Sindieventos de Mato Grosso (que representa aproximadamente cinco mil empresas em todo o Estado), Alcimar Moretti, com a demissão dos funcionários durante a pandemia por falta de serviços, muitos dos trabalhadores precisaram procurar outros empregos para se manterem e agora a falta de mão de obra no mercado gira em torno de 90%.
Para se ter uma ideia, as empresas procuram contratar recepcionistas, montadores, floristas, ajudantes e coordenadores de eventos e não encontram ninguém que esteja disponível.
A Associação Brasileira dos Produtores de Eventos estima que ao menos 450 mil empregos diretos e indiretos foram perdidos no período pandêmico. E, como consequência disso, a associação acredita que as empresas deixaram de faturar cerca de R$ 90 bilhões no ano passado.
“Caiu 90% do faturamento. Podemos dizer que 2020 não existiu para nós. As empresas fizeram um evento ou outro online e, com isso, a queda foi gigante porque as empresas que continuam abertas ainda estão em dificuldades financeiras e as pequenas não conseguiram sobreviver e precisaram fechar as portas”, afirmou Moretti.
Segundo dados da associação, 60% das empresas do setor pararam completamente durante a pandemia e 32% mudaram o modelo de negócio.
“Os eventos só estão acontecendo no segundo semestre deste ano. Mas, precisamente em setembro começaram aparecer novos contratos, porém ainda tem o cumprimento dos eventos que deveriam acontecer no começo deste ano e ano passado, que também estão sendo reorganizados na agenda até 2022. Mesmo assim, ainda não há tantos eventos que recupere o que foi perdido no ano passado, mas o mercado está voltando aos poucos. No entanto, o que podemos adiantar é que estamos felizes porque estamos voltando a trabalhar e é importante dizer também que a vida deve continuar com todos os requisitos de segurança”, finalizou.
Reinvenção do setor – Segundo pesquisas, entre o período de 2013 e 2019 tem-se que o segmento de eventos como um todo tenha crescido, em média, 6,5% ao ano, para o estudo “Dimensionamento Econômico da Indústria de Eventos do Brasil” da Associação Brasileira de Eventos (Abeoc), do Sebrae e da Universidade Federal Fluminense.
Somente em 2013, para se ter uma ideia, a pesquisa constatou que o segmento movimentou R$ 209,2 bilhões em 2013. Os números vinham em alta, tanto que em 2019, a Associação Brasileira dos Produtores de Eventos (Abrape), ao reunir mais de 60 mil empresas de toda a cadeia de serviços, contabilizou que estas, nos últimos tempos, ao organizarem feiras, congressos e exposições, lucraram R$ 59 bilhões.
Em 2002, a receita delas não chegava a R$ 4 bilhões. Entretanto, a pandemia causou um impacto inicial que ninguém podia prever, o que desestabilizou todo o setor financeiramente. Agora, com a volta de liberação de público, o setor passa a estimar melhoras.