Um dos ícones da cultura mato-grossense, a viola de cocho ganha um museu, no coração Pantanal, neste sábado, 27. A inauguração do Espaço Cultural Alcides Ribeiro Museu Viola de Cocho contará com apresentações artísticas e com o lançamento do documentário sobre o Mestre Alcides.
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Alcides mantém viva a tradição e habilidade de confeccionar não só as violas de cocho como também canoas de modo artesanal. Pantaneiro raiz, cururueiro e promotor cultural, herdou de seu pai, Caetano Ribeiro e de seu avô, Cipriano dos Santos Rosa. A tradição começou com seu bisavô, Mestre Manduca, pioneiro na produção do instrumento musical reconhecido internacionalmente e vem sendo passado geração após geração, incluindo filho e neto.
“Antigamente, o Pantanal era uma cidade só e era a viola de cocho que animava as festas. Para mim, dar continuidade a confecção desse instrumento genuinamente mato-grossense é salvar e registrar a riqueza da nossa cultura”, explica. Como são feitas manualmente e em uma única estrutura, cada viola é única, com traços que a diferenciam, como o estilo de produção. Levando, geralmente, sete dias de trabalho e dedicação, é comum ver nas violas a assinatura de cada artista.
Tão tradicional quanto a viola, a construção ancestral da canoa de cocho é feita pelo Mestre Alcides e seu tio, José Native. O processo começa com a escolha da árvore certa, que tem que ter entre cinco e seis metros de altura e diâmetro em torno de 1,5 m. Ao todo, são duas fases e 16 etapas de construção de cada canoa, que leva, em média, de 30 a 40 dias para ser finalizada.
O processo de construção da canoa e da viola estão no documentário Mestre Alcides, que também será lançado no sábado, na abertura do Espaço Cultural Alcides Ribeiro Museu Viola de Cocho.
O ambiente é dedicado à valorização do símbolo mato-grossense, com acessibilidade, rústico, aconchegante, com exposição de canoa e violas de cocho produzidas por mestres artesãos de diversas regiões de Mato Grosso. No museu também poderão ser contemplados ganzás, jacás e até mesmo tachos onde antigamente eram feitos o azeite de peixe.
O espaço é amplo composto por galeria, oficina de trabalho, ambiente externo com pinturas dos artistas e parceiros; Ozires Paulo, Adriano Figueiredo, Rita Ximenes, Sebastião Silva, Vitor Hugo, Daiana Ferreira e Janete Anghinone.
A inauguração e o lançamento do vídeo fazem parte do projeto aprovado no Edital Conexão Mestres da Cultura pela Secretaria de Estado de Cultura, Esporte e Lazer Secel MT.