O deputado estadual Dilmar Dal’Bosco (DEM), que foi líder do Governo na Gestão Pedro Taques (PSDB), defendeu que a Assembleia Legislativa crie uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar o esquema de interceptações telefônicas ilegais em Mato Grosso.
O esquema, conhecido como “Grampolândia Pantaneira”, veio à tona em 2017. Nesta semana, novas revelações sobre o esquema foram trazidas pelos coronéis da PM Evandro Lesco (ex-chefe da Casa Militar) e Zaqueu Barbosa (comandante da Polícia Militar) e pelo cabo da Polícia Militar Gerson Correa.
Este último, por exemplo, listou 15 operações que, segundo ele, foram realizadas com o uso de grampos ilegais pelo Gaeco (Grupo de Atuação Especial de Combate ao Crime Organizado). Algumas tiveram como alvo membros da Assembleia Legislativa. Além disso, a deputada Janaina Riva (MDB) foi uma das que teve os celulares grampeados.
“Eu acho que a Assembleia tem que se movimentar. Estamos conversando isso no colégio de líderes. Já tem conversas com os deputados, porque envolve o parlamento. E nós temos que apurar isso”, disse Dilmar ao MidiaNews.
Estamos conversando isso no colégio de líderes. Já tem conversas com os deputados, porque envolve o parlamento. E nós temos que apurar isso
“Tivemos operações do Gaeco com escutas telefônicas que causou operações dentro da Assembleia. E, segundo os depoimentos, houve irregularidades nisso. Então, a Assembleia tem que se movimentar. A Procuradoria da Casa tem que participar, porque tem deputado envolvido, alvo de grampos ilegais. Então, temos que tomar provimento”, acrescentou.
Sem arrependimento
Os três réus na ação penal dos grampos acusaram o ex-governador Pedro Taques (PSDB) e o ex-secretário-chefe da Casa Civil Paulo Taques de serem os mandantes dos grampos. Eles teriam armado um “centro de inteligência” já no período eleitoral de 2014, do qual Taques saiu vitorioso.
Dilmar disse não se arrepender de ter sido líder da gestão passada. Afirmou ter feito apenas um papel de “interlocutor” do Governo com a Assembleia. E que não se envolveu em decisões administrativas.
Atualmente, Dilmar é líder do Governo da gestão de Mauro Mendes (DEM).
“Não me arrependo. Fiz meu papel. Vim aqui fazer a interlocução e não participei de gestão. Nunca fui secretário, nunca estive dentro do Governo. Só fazia meu papel, que era esse diálogo entre os deputados e o Governo do Estado”, afirmou.
“Ser líder de Governo não significa participar da gestão. Ser líder é fazer a interlocução entre a Assembleia e o Estado. Projetos de lei que passam pela Casa. Nunca mandei em gestão. É o governador que escolheu seus secretários. Eu só fui interlocutor com a Assembleia”, completou.