Os eleitores de Mato Grosso, em sua maioria, se mostram satisfeitos com o desempenho do governador Mauro Mendes (DEM), nestes primeiros oito meses de seu mandato. É o que desmonstra os dados de uma pesquisa quantitativa inédita, realizada pelo Instituto Ranking de Pesquisas que o jornal CO Popular divulga com exclusividade. A pesquisa foi realizada em 20 municípios no período de 28 de agosto a 03 de setembro. Foram entrevistadas 2.400 pessoas com idades acima de 16 anos.
Os resultados absolutos mostram que Mendes tem a aprovação de 67,37% dos entrevistados que consideraram sua administração ótima/boa a regular. O índice pode ser considerado muito bom, tendo em vista o clima de hostilidade que se instalou entre o Chefe do Executivo e os servidores públicos desde o primeiro dia do mandato, fato que culminou com a mais longa greve da educação estadual já registrada na história em Mato Grosso.
A rejeição da sociedade mato-grossense ao governador de primeiro mandato, por sua vez, supera em muito o patamar do que seria rasoável para um governo que está só no seu início e que, em tese, teria 'gordura' de popularidade para queimar com certa folga. Os eleitores que acham o desempenho do governador ruim/péssimo atingiu a marca dos 22,16% pesquisados.
Por outro lado, também chama a atenção o percentual de quem ainda não se dispõe a avaliar a forma como Mato Grosso vem sendo administrado em meio à crise econômica, fiscal e política que afeta o estado e o país como um todo. Nada menos que 10,47% dos eleitores consultados pelo Marketing Instituto de Pesquisas disseram não saber ou não quiseram avaliar a gestão Mauro Mendes.
Os números da pesquisa são eloquentes e acedem um sinal amarelo no Palácio Paiaguás. A politica de comunicação do governador precisa ser melhor calibrada e suas ações e decisões melhor explicada à população, avaliam analistas de imagem e especialistas em marketing político consultados pelo CO Popular.
Fatos como a decretação visivelmente forçada do “estado de calamidade financeira” em Mato Grosso, apenas 17 dias após tomar posse, alegando que teria que pagar dívidas deixadas pela administração anterior, estimadas em R$ 4 bilhões; o parcelamento de salários do funcionalismo e suspensão de direitos como a RGA e as progressões de carreira; a mini-reforma tributária e o congelamento de investimentos básicos, seguem pairando diante dos olhos da população como meras desculpas de Mauro Mendes para disfarçar uma incapacidade de ação proativa e a falta de um projeto de futuro para o próprio estado.
“Ninguém apoia ou acredita em um governante que não sabe explicar de forma clara porque deixa de fazer aquilo que disse durante a campanha que faria, ou que faz exatamente o oposto do prometido”, atesta um observador político próximo ao governador e que reconhece a paralisia que mantém imobilizado o governador e seu staff de primeiro escalão. “Hoje, a verdade é que a máquina estadual gira em torno de si mesma, e só”, conclui.