“Um sonho de muitos e muitos anos a ferrovia chegar a Mato Grosso, depois até Cuiabá e até a Região Médio Norte. Fico feliz porque vai gerar muitos empregos, muitas oportunidades, vai ser uma ferrovia que vai melhorar a competitividade não só do nosso agronegócio, mas também da indústria mato-grossense”. A colocação é do governador Mauro Mendes (União Brasil), durante o lançamento das obras da 1ª Ferrovia Estadual do Brasil.
O evento realizado na cidade de Rondonópolis teve a presença de várias autoridades, entre elas a do ministro da Infraestrutura, Marcelo Sampaio.
O empreendimento vai gerar mais de 100 mil empregos na construção, entre diretos e indiretos, com a previsão de que o primeiro terminal esteja operando em 2025, e nos anos seguintes chegar até Cuiabá, Nova Mutum e Lucas do Rio Verde.
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Assim que for concluída, a ferrovia passará por 16 municípios do estado, terá 22 pontes, 21 viadutos, 2 quilômetros de túneis e 11,5 quilômetros de pontes. Consumirá 1,4 milhão de dormentes e 108 mil toneladas de trilhos.
No entanto, o projeto da empresa mostra que a obra deverá ser construído em etapas. A primeira, iniciada no dia 03 de novembro, terá cerca de 210 km, de Rondonópolis até Campo Verde, ambas em Mato Grosso.
Nesta fase, o investimento previsto é de R$ 4 bilhões a R$ 4,5 bilhões, e a previsão de conclusão é até o fim de 2025.
A previsão é da ferrovia chegar em Campo Verde no final de 2025 (primeiro terminal), depois seguir para ramal de Cuiabá e continuar a extensão até Nova Mutum, com previsão de chegada em 2028.
E em Lucas do Rio Verde, a estimativa é de chegada em 2030, fim da obra completa.
O governador ressalta que a ferrovia não só vai auxiliar no escoamento dos grãos, como impulsionar o comércio e a indústria, pois haverá mais uma alternativa para o transporte de produtos, barateando o frete.
“No ritmo que Mato Grosso está crescendo a sua produção, sem uma ferrovia iríamos entupir as rodovias, prejudicando o tráfego, a qualidade do asfalto, e aumentando a poluição.
A ferrovia vai aliviar esse fluxo com um impacto ambiental muito menor.
Essa obra vai tornar Mato Grosso ainda mais atrativo para as empresas se instalarem e criarem mais empregos, e isso inclusive já está acontecendo”, destacou.
Para o governador Mauro Mendes, essa é uma empreitada que altera a matriz logística de Mato Grosso, trazendo um grande impacto positivo não apenas para o agronegócio, mas também para o dia-a-dia das pessoas.
“A BR-163 está hoje estrangulada, é um grande gargalo logístico para os mato-grossenses. Mas quando falamos em investimentos ferroviários, não estamos apenas cuidando da atividade econômica, da produção.
Estamos cuidando das vidas das pessoas, das milhares de pessoas que passam por essa estrada e que terão muito mais segurança”, afirmou Mauro.
Ele disse ter convicção que o contrato será cumprido rigorosamente e que em oito anos todo o traçado da nova ferrovia será entregue.
Mauro Mendes disse ter convicção que o contrato será cumprido rigorosamente e que em oito anos todo o traçado da nova ferrovia será entregue.
Segundo o presidente da Rumo, João Alberto Abreu, atualmente, Mato Grosso conta com 300 quilômetros de ferrovia, estando longe do porto.
Por isso, os produtos para exportação ainda têm que descer de caminhão do Norte por cera de 500, 600 e 700 quilômetro, até chegar no primeiro terminal.
O presidente da empresa mostra que ferrovia que está sendo construída alavanque toda a cadeia de valor.
“Empresa de etanol de milho, por exemplo, vai para a beira da ferrovia, constrói a fábrica em um terminal. Nestes locais terão a esmagadora de milho, a produtora de sementes, a fábrica de fertilizantes.
Ou seja, se instala uma cadeia de valores que começa a crescer e a ganhar competitividade porque a infraestrutura chegou”, destaca.
A primeira fase da extensão da Rumo em Mato Grosso é considerada pela empresa como a mais difícil em relação a obras, por conta de fatores como complexidade geográfica.
A empresa tem o licenciamento ambiental prévio para 100% do projeto, conforme Abreu, e assinou acordo com MPF (Ministério Público Federal), governo de Mato Grosso, Defensoria Pública e comunidades indígenas para permitir as obras, com oitivas pedidas pelo MPF sendo realizadas paralelamente.
De forma alguma nós nos furtamos de ter essas discussões para ouvi-los, entender se tem alguma necessidade adicional no processo, mas os licenciamentos continuam naturalmente.