Um marco histórico para toda a população de Mato Grosso e que garantirá geração de empregos e renda, contribuindo enormemente para o desenvolvimento do município de Lucas do Rio Verde e toda região. Essa é a avaliação do prefeito Miguel Vaz, ao se referir a primeira ferrovia estadual, cuja assinatura de contrato de adesão junto à Rumo Logística S/A para a construção, implantação e exploração da primeira ferrovia estadual de Mato Grosso ocorre na segunda-feira (20).
“Não será só o setor de grãos que será beneficiado, pois o trem transportará combustível, madeira, carne, entre outros produtos. Vai levar nossa produção de pipoca, feijões, que vão para exportação. Além disso, poderemos ter retorno dos fertilizantes, sementes, mercadores para o atacado, linha branca de eletrodomésticos. É uma gama de oportunidades que será gerada. Por isso, temos que abrir as portas, preparar o município para receber todos esses investimentos”, afirmou ele.
Conforme o gestor, a ampliação do corredor rodoferroviário até o município vai melhorar a infraestrutura de escoamento da produção de grãos e conectar as duas regiões mais produtivas de Mato Grosso: Médio Norte e Sudeste.
“Esse momento é muito importante. Então, ganha o produtor rural, o setor produtivo, o Estado de Mato Grosso e o Brasil, pois melhora a competitividade”, afirmou.
Miguel lembrou ainda que o Estado possui grande extensão territorial e depende exclusivamente de rodovias, muitas vezes ainda não pavimentadas, para o trânsito e transporte dos grãos e produtos. Situação que encarece o frete, aumenta o tempo de deslocamento em direção aos terminais já existentes e dificulta toda a logística.
“Estamos no maior estado produtor de grãos do Brasil, mas estamos mais distantes dos portos e centros de consumo. É importante essa ferrovia para que Mato Grosso cresça cada vez mais e seja um grande produtor para o Brasil e mundo”, concluiu.
O prefeito destacou ainda a agilidade do Governo de Mato Grosso para a construção da primeira ferrovia estadual. Segundo o gestor municipal, a decisão do governador Mauro Mendes em criar
uma Lei Estadual para autorizar a rodovia foi muito eficiente.
“O governador tomou uma decisão muito eficiente. Com base numa lei Federal, foi criada uma Estadual para autorizar a rodovia. A ação dos deputados também foi fundamental para soltar esse investimento. Normalmente é mais demorado, mas o Estado chamando para si a responsabilidade ganhou uma agilidade muito eficiente cumprindo todos os prazos legais em tempo recorde. Foi um ganho muito grande para o Estado de Mato Grosso e país. É um grande feito e servirá de exemplo para outros Estados para tomar a mesma decisão”, ressaltou.
Para o governador Mauro Mendes, a nova ferrovia não vai se restringir ao agronegócio, pois ela será também será a ferrovia da indústria e do comércio. “Vai se conectar com a malha ferroviária que transporta os produtos aos principais polos econômicos do país”, afirma
A ferrovia
A assinatura do contrato autoriza a empresa a iniciar a construção de 730 quilômetros de linha férrea que vão interligar os municípios de Rondonópolis a Cuiabá, além de Rondonópolis com Nova Mutum e Lucas do Rio Verde, e que vão se conectar à malha ferroviária nacional, em direção ao Porto de Santos (SP).
O projeto prevê investimento de R$ 11,2 bilhões para a implantação da ferrovia estadual. A partir do início das obras, a Agência Estadual de Regulação dos Serviços Públicos Delegados (Ager) ficará responsável pela fiscalização do andamento. Estudos realizados pela Rumo Logística indicam que mais de 230 mil empregos serão gerados durante os anos de construção da ferrovia.
A previsão é de que o trecho entre Rondonópolis e Cuiabá estará concluído e em funcionamento no ano de 2025; enquanto a operação no trecho Cuiabá a Lucas do Rio Verde deverá começar em 2028.
Uma vez implantada, a Rumo Logística fica autorizada a explorar a ferrovia pelo prazo de 45 anos, sendo que a infraestrutura ferroviária poderá ser compartilhada pela empresa vencedora com outra empresa de transporte ferroviário que venha a prestar serviços no Estado.
Desenvolvimento
Hoje, já existe no corredor Rondonópolis-Santos uma intensa movimentação de produtos industriais e bens de consumo feita em contêineres — inclusive nos chamados vagões double-stack, que permitem empilhar até três contêineres em dois pisos. Com o aumento da área de cobertura dos trilhos, esse fluxo tende a crescer ainda mais.
O presidente do Sistema Federação das Indústrias de Mato Grosso (FIEMT) Gustavo Oliveira, frisa que a nova ferrovia vai nos ajudar muito no escoamento de produtos, mas será fundamental para trazer insumos com custo mais competitivo para a nossa produção industrial.
“Temos diversos empreendimentos industriais em fase de implantação, como sete usinas de etanol de milho, que precisam de uma opção competitiva para escoar. A ferrovia também deve gerar efeitos de expansão da produção em setores como os de proteína vegetal e animal”, declara.
O município
Lucas do Rio Verde, no médio norte mato-grossense, com 67.620 habitantes (45.556 em 2010), distante 336 quilômetros de Cuiabá, 16º município brasileiro com maior valor de produção agrícola.