O procurador-geral do Ministério Público de Mato Grosso (MPE), José Antônio Borges, afirmou que apenas soube de denúncias contra a instituição quando militares foram reinterrogados no âmbito da Grampolândia Pantaneira, nos dias 16 e 17 de julho.
A declaração foi dada à imprensa na noite desta terça-feira (23), na Assembleia Legislativa, onde ele foi prestar esclarecimentos aos deputados. Borges afirmou que o MPE vai contratar uma empresa para auditar as interceptações telefônicas do Grupo de Atuação Especial Contra o Crime Organizado (Gaeco).
Antônio Borges informou que a empresa responsável pelo sistema Guardião, usado pelo grupo para interceptações telefônicas, será a responsável por uma auditoria nas placas.
“Se ela não tem confiabilidade, ela não vai vender o programa para mais ninguém. Por isso ela vai fazer a auditoria”, disse.
O chefe do MPE também alegou que não sabia das denúncias contra membros do MPE até que foram reveladas pela imprensa. Segundo ele, as informações levadas em negociação de acordo de colaboração premiada ficam entre os promotores do caso e o do Núcleo de Ações de Competências Originárias (Naco).
“Nós devolvemos isso para eles, eles resolveram botar a público, agora eu tenho como investigar, porque nem eu sabia disso. Quem sabia era o Domingos [Sávio] e os delatores”, relatou.
Antônio Borges tornou a falar que as tentativas de delação dos militares foram negadas por “falta de pertinência”, e que os termos das delações são sigilosos e, portanto, os promotores não poderiam repassar as narrativas ao chefe do MPE.
