“O fato de estar aliado com A ou com B não fortalece o candidato; o que fortalece o candidato são as ações, propostas, projetos e serviços prestados - é isso que vai fazer com que o povo de Mato Grosso escolha ou não o candidato ao governo em 2022”.
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A elegante cautela demonstrada pelo presidente da Assembleia Legislativa de Mato Grosso (ALMT), deputado Max Joel Russi (PSB) ao desvencilhar-se do insistente - e monocórdico -questionamento sobre a perspectiva de alianças para as próximas eleições revela a experiência política amealhada pelo parlamentar em mais de vinte anos.
Sua trajetória começou em Jaciara, onde tem domicílio desde 1991 - exatas três décadas. Nove anos depois, na juventude dos 23 anos, foi o vereador mais votado no município e presidiu a Câmara. Na eleição de 2004 foi eleito à prefeitura pelo PR do então governador Blairo Maggi, e se reelegeu em 2008.
Em 2014 consolidou sua liderança no "Vale do São Lourenço" e foi eleito deputado estadual; pautou sua plataforma de trabalho essencialmente municipalista e conquistou apoio em outras regiões: foi reeleito em 2018 com expressiva aprovação nas urnas - o terceiro mais votado, teve a confiança de 35.042 cidadãos e cidadãs mato-grossenses.
DE SECRETÁRIO DE ESTADO A PRESIDENTE DA ALMT
Antes disso, foi titular em duas Secretarias de Estado, sob as bênçãos do então governador Pedro Taques, conforme bem registrado em luminar artigo do jornalista Eduardo Gomes de Andrade - o "Brigadeiro" - do qual transcrevemos um trecho.
"Em janeiro de 2017, Taques pescou Max Russi na Assembleia e lhe entregou a chave da Secretaria de Trabalho e Assistência Social (Setas). Juntos, eles tentariam pavimentar seus caminhos políticos com ações populistas, sendo uma o programa Pró-Família, de transferência de renda, para complementação do programa Fome Zero do governo federal. Taques e Max Russi lançaram o Pró-Família em junho daquele ano. A proposta era doar mensalmente R$ 100 para familia carente comprar alimentos. Espreme dali, espreme daqui, 25 mil cartões do programa foram entregues nos 141 municípios.
Taques se deslumbrou com Max Russi na Setas e em 2 de outubro de 2017 o removeu para a chefia da Casa Civil. Na Casa Civil, Max Russi ganhou mais poder, o que reforçava seu discurso na área social com os beneficiados do Pró-Família. Enquanto isso, Taques começava a entrar no chamado inferno astral: secretários denunciados e presos, insatisfação do funcnionalismo público, pressão de prefeitos pelos repasses constitucionais que nunca eram respeitados. Inferno para o chefe. Céu para o subordinado".
De volta à ALMT, o deputado Max Russi conquistou a confiança dos pares e assumiu a Primeira- Secretaria da Casa (biênio 2019-2020), onde realizou gestão eficiente que o credenciou a assumir a Presidência - desenvolve trabalho marcado por excelente relacionamento institucional com Executivo e Judiciário, além de priorizar o atendimento às demandas de todos os municípios de Mato Grosso.
FORTALECIMENTO PARTIDÁRIO
Atual presidente estadual do PSB, o parlamentar tem buscado fortalecer a agremiação para as eleições do ano que vem - adianta seu otimismo com a formação da chapa para deputado estadual e assegura pelo menos vinte candidatos à ALMT.
Embora a prioridade da legenda sejam as eleições proporcionais, Max Russi garante que irá pleitear vagas nas disputas majoritárias - possível candidatura a senador ou vice-governador.
“O PSB é o terceiro partido em número de prefeitos no estado, o terceiro em números de vereadores, tem o presidente da Assembleia Legislativa, tem o deputado doutor Eugênio, administra algumas cidades importantes, a exemplo de Cáceres, então é um partido que vai fazer parte de alguma composição”, assinala.
ESPECULAÇÕES
Pelo que se ouve nos meandros da política em Mato Grosso, a força do grupo liderado pelo deputado Max Russi - a par de seu carisma, poder de articulação e trabalho positivo à frente da ALMT, na condição de presidente, assim como o foi enquanto primeiro-secretário da Mesa Diretora - o credencia a vôo mais alto nas eleições 2022.
O parlamentar tem bom trânsito, assim como as relações institucionais, em meio às três composições visíveis até o momento no que se refere à disputa pelo governo estadual - quais sejam, o atual mandatário Mauro Mendes (DEM) postulante à reeleição, o prefeito de Cuiabá Emanuel Pinheiro (MDB) cuja pretensão ao Palácio Paiaguás parece bastante clara, e o senador Wellington Fagundes (PL) que assumiu postura de candidato ao governo, não obstante insista em dizer que pretende permanecer no Senado da República.
No atual cenário, parece quase nula a possibilidade de aliança com o prefeito cuiabano - até pelo desgaste acumulado em razão de denúncias que pesam sobre ele -, embora nada seja impossível em política.
É nítido, por outro lado, o afinamento entre o deputado e o governador - influentes aliados políticos de Mauro Mendes não escondem a ideia de ter Max Russi na condição de vice. Por último - e dado o antigo projeto político do deputado visando uma vaga no Senado Federal - analistas também vislumbram a possibilidade de Max Russi candidato à Câmara Alta do Congresso Nacional em eventual composição para eleger Wellington Fagundes governador.
Há que se considerar, evidentemente, a quadra nacional - principalmente com o possível lançamento do ministro aposentado Joaquim Barbosa à Presidência da República, ou ainda o apoio do partido a Lula e mesmo talvez outro candidato do chamado 'centro-esquerda'.
Sábia, portanto, a prudência do deputado Max Joel Russi.